O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, anunciou ontem a doação de terrenos municipais para 25 empresas, das quais 21 já estão na cidade e quatro que instalarão plantas novas. Em coletiva de imprensa na prefeitura, ele disse que a medida foi necessária para evitar a debandada de indústrias para cidades vizinhas, como Cambé e Ibiporã, e fortalecer a arrecadação de impostos. O investimento previsto é de
R$ 171, 583 milhões, com a manutenção de 1.099 postos de trabalho e a criação de 933 novas vagas.
No total, os quatro loteamentos doados somam 270 mil m², com preço estimado em R$ 8 milhões. A maioria das áreas fica nas zonas leste e norte do município, com parte ao sul. Conforme o Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), os critérios usados para embasar as doações foram tamanho das construções, capacidade de investimentos, além de geração de empregos e de tributos. A prefeitura ainda gastará entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão em infraestrutura urbana até os terrenos.
O destaque será a instalação da X5 Tecnologia, de Florianópolis (SC). O presidente da Codel, Bruno Veronesi, disse que a empresa instalará em Londrina a maior central de armazenamento de dados da região Sul do País, com
R$ 56 milhões em investimentos. Entre as novas plantas também estão a MGL, que virá de Cambé, e a Prolind, de São José dos Campos (SP), ambas do segmento de metalmecânica. Por fim, a Serilon, de comunicação visual, transferirá uma unidade de Curitiba para Londrina, diz Veronesi.
O CEO da X5, Marco de Mello, disse que o Grupo Xangô instalará dez unidades em cidades fora de grandes centros, com certificação Tier 3, destinada apenas a ambientes com alto nível de segurança para empresas como bancos. Originalmente, a proposta era montar a primeira em Florianópolis, mas Londrina saiu na frente. "Mudamos porque a receptividade aqui foi muito boa, com muito apoio da Codel."
Ele afirmou que serão 2,5 mil m² de construção, com 250 empregos em segurança, tecnologia da informação e engenharias. O dinheiro para a estrutura já está disponível. "Depois de liberado o terreno, a obra ficará pronta em nove meses", contou Mello.

Mais propostas
Kireeff lembrou da instalação ou ampliação de outras três empresas no município. A Compagás, que abastece o gasoduto para indústrias na região, a Atos, com atuação na área de tecnologia da informação e que tem estimativa de chegar a 600 empregos, e a Indusbelo, que entrou no Parque Tecnológico de Londrina. Ele disse que mais quatro devem ser anunciadas nos próximos meses. "É a reversão de uma tendência de empresas que saíam daqui e que agora reafirmam seus compromissos com a cidade, com a expansão de negócios e com a capacidade de atração de investimentos."
Veronesi disse que as doações buscam evitar o empobrecimento industrial do qual a cidade tem sido vítima nos últimos anos. "É mais fácil e barato reter em Londrina empresas que já são daqui do que atrair, o que a Codel vai fazer na sequência."
Ambos criticaram a falta de uma política para o setor na cidade. "Não consigo entender toda essa vontade de se investir em Londrina não se materializar", disse Kireeff. O discurso virou coro entre vereadores e representantes de entidades que participaram da coletiva. "Nos últimos cinco anos a Codel teve cinco comandantes e isso não é possível em um setor que exige credibilidade", afirmou o coordenador do Núcleo Industrial da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), José Antonio Fontes.
Até o fim do mês, o prefeito enviará os projetos de doação à Câmara, que deve votar as propostas antes do fim do ano. A partir da assinatura das doações, os empresários terão dois anos para cumprirem as exigências de investimento e empregos previstas em contrato.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura anuncia doações de terrenos a 25 empresas