Os recursos serão liberados aos médios produtores por meio do Pronamp, com taxas de 8,5% ao ano
Os recursos serão liberados aos médios produtores por meio do Pronamp, com taxas de 8,5% ao ano | Foto: Gustavo Carneiro/03-03-2016



Ribeirão Preto e São Paulo - Durante lançamento do pré-custeio no valor de R$ 12 bilhões do Plano Safra 2016/2017, em Ribeirão Preto (SP), o presidente da República, Michel Temer (PMDB), destacou o desempenho do agronegócio na economia nacional e disse que o setor "não precisa de muita coisa" além de financiamento do governo. "Ele (o agronegócio) é tão sustentador da economia nacional que não é preciso muita coisa, o que é preciso é financiamento. Isto é o que estamos fazendo no presente momento", disse o presidente, reforçando o aporte de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra.

Temer afirmou ainda ter certeza de que os governos irão incentivar ainda mais o setor para que haja desenvolvimento no Brasil. "Tenho certeza de que o agronegócio e a pecuária irão cada vez mais inovar com apoio do governo federal, estadual, governo municipal, para gerar novos polos de desenvolvimento para o nosso País", afirmou.

O presidente destacou que um dos fundamentos do agronegócio é a eficiência e que isso é observado na região de Ribeirão Preto. "Nós estamos numa pré-safra já aportando R$ 12 bilhões. E destaco aqui que ao assumir, o Caffarelli (Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil) foi o indicado mais aplaudido, é quem traz o dinheiro", destacou.

O recurso anunciado nesta quinta será liberado aos agricultores por meio do Banco do Brasil. O dinheiro estará disponível aos médios produtores por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp), com taxas de 8,5% a.a., até o teto de R$ 780 mil. Os demais produtores rurais acessam o crédito com encargos de 9,5% a.a. até o teto de R$ 1,32 milhão por beneficiário, informou o governo.

Safra recorde
Durante a cerimônia de lançamento em Ribeirão Preto, o presidente do Banco do Brasil afirmou que, em maio, será lançado o Plano Safra e que esta deve ser a maior safra de todos os tempos no Brasil. Ele também comentou que em fevereiro o BB vai anunciar o processo de custeio digital, que será um marco para o agronegócio.

Segundo Caffarelli, o crédito agrícola responde por quase 25% da carteira do BB e tem uma inadimplência bem menor do que outras linhas, inferior a 1%. "Quando se fala em agronegócio, se fala em BB. É uma vocação natural nossa".

Ele lembrou que o plano de pré-custeio este ano é superior ao do ano passado e dá ao agricultor liberdade para definir o melhor momento para comprar insumos.

Garantia de crédito
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou que o governo precisa garantir crédito com juros baixos ao setor produtivo, especialmente ao agronegócio. Ele lembrou que o governo aumentou os créditos para o pré-custeio da safra e antecipou a liberação em duas semanas.

Emprego
Temer disse que o País está começando a sair da recessão econômica e que, depois disso, o Brasil tende a ter crescimento e alcançar o "pleno emprego". "Pegamos o Brasil numa posição extremamente delicada, com uma recessão extraordinária e por isso digo sempre, o primeiro passo é superar a recessão. Superada a recessão é que vamos para o crescimento e do crescimento ao chamado pleno emprego. Essas são as fases que temos de atravessar", disse.

Ele falou ainda que, ao observar a inflação caindo de 10,70% para 6,3% ao longo do ano de 2016, é possível afirmar que a política econômica do governo está dando certo. "Nós estamos começando a sair da recessão", afirmou. Para Temer, o quadro repercute na queda da taxa de juros básica (Selic) e nos juros dos bancos.

"Quando se verifica os juros começando uma queda, não só da Selic, mas isso naturalmente tem repercussão nos bancos, no Banco do Brasil, que já reduziu os juros, como estão sendo reduzidos todos os juros dos vários bancos", disse o presidente.

Juros no rotativo
O presidente também afirmou que os juros do cartão de crédito vão ser reduzidos de 480% para menos de 200% com as medidas do governo federal. Ele deu ênfase à queda progressiva dos juros, que, afirmou, estão tendo impacto nos juros dos bancos ao consumidor.