Rio de Janeiro - A Petrobras recebeu ontem o aval do ministro da Fazenda Guido Mantega, presidente do conselho de administração da empresa, para reajustar os combustíveis, informou uma pessoa próxima à alta administração da empresa. Em reunião com os conselheiros, ao longo do dia, Mantega pediu à empresa, no entanto, que o valor não fosse divulgado ontem.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, fez uma apresentação aos conselheiros, em reunião em Brasília, em que mostrava projeções com o percentual de 8% de reajuste. Este percentual dificilmente será empregado, e o esperado é que o reajuste seja de 5%. O número não foi fechado na reunião. A decisão final ficará na mão da diretoria. Quando acontecer, será o primeiro reajuste concedido desde 29 de novembro de 2013.
Pelo estatuto da Petrobras, a decisão pelo reajuste dos combustíveis é da diretoria executiva da empresa, liderada por Graça. Na prática, porém, o aumento é negociado junto ao governo, uma vez que a concessão do aumento traz impactos inflacionários e depois a proposta é apresentada aos conselheiros. A União controla a Petrobras e, nessa condição, nomeia sete dos dez conselheiros. Como depende do aval do governo, a Petrobras não reajusta imediatamente os combustíveis conforme as oscilações do mercado internacional.
Nos últimos quatro anos, as perdas para a Petrobras com a política de não reajuste imediato dos combustíveis é calculada em R$ 60 bilhões, segundo a corretora Gradual. Neste ano, os combustíveis permaneceram a maior parte do tempo com preço abaixo da cotação internacional, chegando a uma defasagem de 20%. Com a queda no preço mundial do petróleo, da faixa de US$ 100 para US$ 85 o barril, no último mês, a perda diária da Petrobras praticamente deixou de existir. Apesar da menor defasagem, analistas dizem que o reajuste é necessário para recompor parcialmente as perdas de caixa dos últimos anos.