O economista Marcos Rambalducci, do Nupea (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), participou da sessão desta quinta-feira (21) da CML (Câmara Municipal de Londrina) para apresentar a pesquisa que estima o retorno financeiro do investimento público na decoração de Natal em Londrina.

Os resultados consolidados foram revisados por pares e publicados na Revista Sodebras (Revista Científica Soluções para o Desenvolvimento do Brasil) de fevereiro.

A análise da circulação de pessoas no Lago Igapó 2, que concentrou a maior parte da visitação, devido aos atrativos e à presença da árvore natalina, mostra que houve um giro financeiro de R$ 32,5 milhões entre os dias 30 de novembro e 6 de janeiro. Levando em conta que o investimento da Prefeitura de Londrina na decoração foi da ordem de R$ 4 milhões, a movimentação foi 9,98 vezes maior.

“Nós usamos um valor mais dedicado àquele logradouro [Lago Igapó], de maneira que a gente pudesse ter mais assertividade na pesquisa. Para cada real investido naquele momento, tínhamos uma repercussão, uma recirculação de dinheiro dez vezes maior”, explica Rambalducci, pontuando que o estudo “foi aprovado com méritos” e publicado em revista científica. “Isso dá mais segurança para a gente, também, no que diz respeito a dizer qual foi o efeito desses gastos do município neste momento.”

Com esses números em mãos, a avaliação do economista é que, em determinados momentos, “com bastante perspicácia e noção do que está fazendo”, é fundamental a presença do poder público em atividades desta natureza.

“É necessário que esse investimento seja oriundo do setor público e vemos, através da pesquisa, o quanto ele pode ser benéfico com o giro da economia do município”, acrescenta. “Muitas vezes [essa atividade] não recebe o mesmo carinho do setor privado.”

O estudo, que trouxe resultados preliminares ainda em dezembro, durante as atividades do fim do ano, busca medir o efeito multiplicador provocado pelos gastos no evento que se propõe a atrair um público visitante, lançando mão das proposições do economista britânico John Maynard Keynes.

“Quando você gasta R$ 10, uma parte vai para impostos e uma parte vai para comprar o material que você precisa”, explicando que há um “círculo virtuoso” de gastos.

VISITANTES

Os dados apresentados por Rambalducci mostram que 51% dos visitantes não são de Londrina. Enquanto 49% moram na cidade, 22% são de municípios da RML (Região Metropolitana de Londrina), 11% de outras cidades do Paraná e 18% de outros estados.