Para consumidores especiais, existe a obrigatoriedade de a energia gerada ser de fontes alternativas, como a eólica
Para consumidores especiais, existe a obrigatoriedade de a energia gerada ser de fontes alternativas, como a eólica | Foto: Anderson Coelho/24-6-2016



A Copel Energia – comercializadora de energia da Copel – realiza na próxima sexta-feira (dia 28) seu sétimo leilão de energia para grandes consumidores - como pequenas indústrias e supermercados. Essa é, segundo a companhia, a oportunidade para quem quer atuar no mercado livre, que traz economia de 15% a 20% em relação às tarifas convencionais. Nesse sistema, os clientes que consomem acima de 500 mil Watts (kW) podem negociar livremente as tarifas com geradoras e comercializadoras de acordo com a sua demanda e período de utilização. O período mínimo de contrato é um ano.
A economia do mercado livre, de acordo com o representante da Copel Energia no interior do Paraná, Antônio Lemes Proença Junior, diminuiu em função da maior demanda. "Como existe uma migração maior de consumidores, o preço subiu. É questão de oferta e procura." De acordo com informações da Copel Energia, atualmente, mais de 27% do consumo de energia elétrica é atendido no mercado livre. Em 2015, havia 1.629 consumidores especiais (com demanda maior que 500 kW) e 904 consumidores livres (com demanda maior que 3 mil kW). Hoje, a Copel atende 2.911 consumidores especiais e 1.041 consumidores livres.
A Copel Energia comercializa energia para grandes consumidores no mercado livre nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. No caso dos consumidores especiais, existe a obrigatoriedade de a energia gerada ser de fontes alternativas, como a eólica. "Esse mercado é crescente em função das tarifas de energia. As empresas têm tido interesse em ajustar seus custos", comenta Proença Junior.
De acordo com ele, há cerca de 200 empresas usuárias de energia do mercado livre na região. Até 2018, a expectativa é que esse número aumente para cerca de mil clientes. "Vai depender da procura. Não é todo mundo que pode ajustar sua empresa para o mercado livre", observa o representante.
Para migrar para o mercado livre, Proença Junior explica que é preciso cumprir algumas exigências - comunicar à distribuidora a intenção de mudança, ser agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), adequar o Sistema de Medição para Faturamento (SMF) e firmar alguns contratos - o Contrato de Conexão com o Sistema de Distribuição (CCD) ou Transmissão (CCT), o Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD) ou Transmissão (CUST) e o Contrato de Compra e Venda de Energia Elétrica (CCVEE). Todo esse processo, segundo o representante da Copel, pode demorar em torno de seis meses.
"Cabe a cada indústria analisar se (o mercado livre) é adequado para ela." Para uma indústria que trabalha 24 horas, por exemplo, o mercado livre poderia ser uma alternativa interessante. Já para uma indústria que faz uso mais intenso de energia elétrica sazonalmente, como durante as colheitas, no caso de agroindústrias, o sistema pode não ser tão vantajoso assim.
Para participar do leilão, é preciso se credenciar no site Copel até esta quinta-feira (27) e fazer uma proposta de compra até o dia seguinte, via e-mail. Segundo a Copel, a energia negociada será entregue a partir de dezembro de 2016 ou janeiro/fevereiro/março de 2017, de acordo com a necessidade do comprador.