O emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 5,7%, com 598 mil empregados a mais. O total de empregadores cresceu 6,4% ante o quarto trimestre de 2016, com 263 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria cresceu 4,8% no período, com 1,070 milhão de pessoas a mais nessa situação. A condição de trabalhador familiar auxiliar aumentou 5,5%, com 116 mil ocupados a mais. O setor público gerou 222 mil vagas, um aumento de 2% na ocupação. Houve, ainda, aumento de 262 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 4,3% de ocupados a mais nessa função.

Grupamentos de atividades expressivos, como agricultura, indústria e construção, foram os que mais perderam trabalhadores. "Nesses 3 anos, a queda na agricultura foi de 10,4%, na indústria, -11,5%, e na construção, -12,3%. Parte desses postos foi compensada em grupamentos que têm um processo de inserção mais voltado para a informalidade, como comércio, outros serviços e alojamento e alimentação", explicou Cimar Azeredo,coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os resultados confirmam que em relação a 2014 o comércio apresentou aumento de 0,5% no número de trabalhadores, outros serviços, de 7,0%, e alojamento e alimentação, de 21,4%. Isso ocorre, segundo Cimar, porque durante períodos de crise os serviços de alimentação, principalmente, funcionam como uma espécie de válvula de escape. "Você pode ficar sem comprar, sem viajar, sem reformar a casa, mas sempre terá que se alimentar. Por isso, quando as pessoas ficam sem emprego, migram para esse setor, pois é nele que se abrem oportunidades", explicou Azeredo.

MASSA SALARIAL
A massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 6,630 bilhões no período de um ano. Houve um avanço de 3,6% no quarto trimestre de 2017 ante o mesmo período de 2016. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a massa de renda real aumentou 1,9% no quarto trimestre, R$ 3,530 bilhões a mais.

Em um ano, houve criação de 1,846 milhão de novos postos de trabalho. A massa de renda alcançou R$ 193,368 bilhões. A renda média também ficou maior, com alta de 1,6%, para R$ 2.154. Em relação ao trimestre anterior, houve aumento de 0,9% no rendimento médio, movimento considerado pelo IBGE não significativo estatisticamente.

Segundo o pesquisador do FGV IBRE (Fundação Getúlio Vargas), Bruno Ottoni, esse crescimento da taxa de rendimento está diretamente ligado à inflação. "Em 2016 e 2017, os reajustes foram elevados em função da surpresa inflacionária, que gerou renda real ao trabalhador. Essa massa salarial foi puxada muito mais pelo rendimento real médio do que pelo emprego", explicou Ottoni.

Ele acredita que neste ano a massa salarial deve ser impulsionada mais pela geração de empregos com força menor dos rendimentos. (A.M.P com Daniela Amorim, Agência Estado)