Rio - Apesar da sequência de três resultados positivos consecutivos entre abril e junho deste ano, o setor de serviços ainda não entrou em trajetória de recuperação, avaliou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O setor de serviços teve crescimento de 1,3% em junho na comparação com o mês anterior. Em maio, a alta foi de 0,5%, sucedendo o avanço de 1,1% registrado em abril.
"Ainda não entrou em trajetória de recuperação. Apesar do crescimento, ele não foi ainda suficiente para tirar a taxa na comparação anual do negativo. Ainda não houve reversão da curva em 12 meses também", lembrou Saldanha.
Na comparação com junho do ano passado, o volume de serviços prestados diminuiu 3,0%. A taxa acumulada em 12 meses ficou negativa em 4,7%. "A curva em 12 meses ainda não mostra reversão. A recuperação seria se essa curva tivesse encostado no eixo de queda. Seria muito bom, mas por enquanto não aconteceu", frisou. "Talvez a pior fase já tenha passado, mas não temos evidências ainda para apostar ou afirmar que haja uma recuperação", completou ele.
Segundo Saldanha, a recuperação consistente do setor de serviços depende ainda de uma retomada mais significativa do segmento industrial. Por enquanto, os resultados positivos na indústria, no setor agrícola e no comércio têm ajudado alguns segmentos de serviços, mas outras atividades permanecem no negativo.