Empresa está presente no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul: são 24 filiais
Empresa está presente no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul: são 24 filiais | Foto: Saulo Ohara



O Arlon Group – um fundo de investimento norte-americano focado na cadeia de alimentos e agronegócio – adquiriu participação majoritária da Sotran, empresa londrinense que oferece transporte de cargas e serviços intermodais de grandes empresas do setor. Ela atende necessidades de logística ligadas ao processamento de grãos, oferecendo inclusive serviços de armazenagem e transbordo ferroviário. Os números da transação não foram divulgados devido a um termo de confidenciabilidade que tem duração de 18 meses.
Mas, conforme apurou a reportagem, os negócios feitos pela Arlon no Brasil variam de R$ 100 milhões a R$ 300 milhões.
Com 31 anos no mercado, a Sotran é uma empresa familiar que atua nos estados do Paraná, São Paulo e parte do Mato Grosso do Sul, com 24 filiais e 17 pontos de apoio, totalizando 41 unidades. Agora, com o aporte financeiro do fundo americano e maior profissionalização na gestão, a expectativa é que a empresa triplique o faturamento até o ano de 2021.
Para isso, já está em planejamento a expansão dos serviços para todas as regiões do País, incluindo o Nordeste, região que começa a apostar com mais força no mercado de grãos. O objetivo é que nos próximos cinco anos a Sotran atinja a marca de 85 unidades por todo o território nacional e também Mercosul.
A JMB Advisors – firma independente especializada em assessoria financeira e estratégia em fusões e aquisições - fez toda a estruturação e a transação do negócio, desde a preparação da Sotran até o fechamento do contrato. De acordo com um dos sócios diretores da JMB, Evandro Bazan de Carvalho, a empresa londrinense procurou os serviços da firma já percebendo todo seu potencial de expansão.
O projeto todo aconteceu em 17 meses. "A Sotran já tinha um plano de expansão super ambicioso. É uma empresa relativamente grande e capitalizada, mesmo num momento que muitos concorrentes estão mal das pernas. Foram seis meses para prepará-la com um plano de negócios, entendimento e detalhamento de números e daí iniciamos a conversas com diversos fundos do País e estrangeiros. O cliente optou por evoluir as negociações com o Arlon, porque houve uma liga entre eles".
Só em 2016 a JMB fechou R$ 450 milhões em fusões e aquisições, sendo todos os negócios no interior do País.
Mais que o aporte financeiro, se juntam a empresa um CFO (diretor financeiro) e um diretor comercial, além de conselheiros do Arlon Group, entre eles, o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues. Os irmãos, Ruber e Rosler Dallamaria, continuam como CEO e diretor de Expansão e Novos Negócios, respectivamente. "Mesmo organizada e auditada, nós ainda tínhamos um perfil de empresa familiar. Para expandir, necessitávamos de um reforço financeiro e uma retaguarda administrativa. Decidimos então buscar um parceiro estratégico que não fosse banco, para nos atender neste formato", salienta Rosler, em entrevista à FOLHA.
O diretor de Expansão diz ainda que os novos diretores já estão incorporados desde o mês passado, já trabalhando em novos projetos. Ele conta que todo o processo está sendo pensado desde 2012 e a Sotran foi se preparando para isso. "Sentimos que o mercado estava deficiente e era possível expandir de forma orgânica. Nos preparamos de forma contábil e em processos. A exigência era um negócio que não mudasse nossa estrutura e nem a cultura da empresa. Agora, vamos focar em novas oportunidades em ferrovias, portos e na malha rodoviária. Os novos conselheiros e sócios vão nos agregar muito conhecimento."
Por meio da assessoria, o diretor da Arlon, Charlie Conner, afirmou estar "muito animado" com o negócio. "Esperamos contribuir bastante para o crescimento da empresa para outras regiões e outros serviços logísticos no Brasil." Questionado sobre a crise no setor de transporte e os baixos fretes de grãos, ele responde: "A visão global da Arlon é que a safra brasileira continuará crescendo em bom ritmo no longo prazo e isso sera benéfico para a Sotran", declara.
Ele conta que o grupo é sócio no Brasil da Grano Alimentos, com sede em Serafina Correa (RS) e foco em vegetais congelados. "Alem da Grano e da Sotran, esperamos fazer mais cinco a sete investimentos nos setores de alimentos e agronegócio no Brasil e no resto da America Latina nos próximos anos."