São Paulo - O conselho de administração da JBS escolheu José Batista Sobrinho, conhecido como Zé Mineiro, como seu novo diretor executivo. Ele vai substituir Wesley Batista no comando do grupo, após a prisão do empresário na última quarta-feira (13).

Zé Mineiro é o fundador da JBS e vai permanecer no cargo até abril de 2019, quando terminaria o mandato do filho e da atual diretoria. Seu nome foi aprovado por unanimidade no colegiado, inclusive pela representante do BNDES, a advogada Claudia Santos.

Com 84 anos, Zé Mineiro receberá apoio de perto de três executivos: Gilberto Tomazoni, presidente das operações globais da JBS, André Nogueira, presidente da JBS nos Estados Unidos, e Wesley Batista Filho, que recebeu um cargo de diretor estatutário.

O fundador ainda dá expediente na empresa todos os dias, apesar da idade avançada.
Com 21% de participação, o BNDES vinha fazendo pressão para afastar os Batista da empresa desde que estourou a delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, disse que "os Batista eram sócios e não donos da empresa".

A família, que considerava a hipótese de indicar um executivo profissional, resolveu endurecer e mostrar ao BNDES que é a "sócia controladora" da empresa. Executivos do grupo, no entanto, ressaltam que os Batista continuam abertos a um acordo com o BNDES.

Até 2019, os Batista pretendem preparar a terceira geração para assumir o comando da empresa. Além de Wesley Filho, que chegou a ser cogitado para a presidência, ganhou espaço Aguinaldo Gomes Ramos Filho, neto de Zé Mineiro e filho de Valeri Mendonça Batista Ramos, uma das três irmãs do clã.

Ramos Filho, que trabalhou nas operações da empresa no Uruguai e Paraguai (vendidas ao concorrente Minerva por conta da crise), se tornou membro do conselho de administração no lugar de Wesley Batista, que renunciou ao posto.