Enquanto não obtêm o aval do MEC, professores tratam de imprimir sua marca no ensino médio



Londrina vai ganhar uma nova instituição de ensino superior. A Atopp, sociedade anônima formada por 14 empreendedores, sendo 13 professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), espera autorização do Ministério da Educação (MEC) para dar início a dois cursos no antigo Colégio Nobel, adquirido recentemente pelo grupo. A proposta é criar ali uma "faculdade de negócios". Dois cursos, ciências contábeis e administração pública, já foram avaliados pelo ministério.
O presidente da Atopp, Jair Gravena, diz que, inicialmente, a intenção não era comprar o colégio, que atende apenas o ensino médio. "Fizemos uma parceria com o Nobel para que a faculdade funcionasse em sua sede no período noturno. Mas, depois, surgiu a oportunidade (da aquisição do colégio que pertencia a um grupo maringaense)", explica. O prédio, localizado na Rua Fortaleza, próximo à Rua Quintino Bocaiuva não foi adquirido. Gravena não revela o valor do negócio.
Questionado sobre o motivo de se fazer o investimento em plena crise econômica, ele responde: "Somos professores e sempre quisemos montar uma escola voltada para o mercado. A crise não assusta porque não temos intenção de obter retorno imediato". O empresário diz que o pedido ao MEC foi encaminhado em 2014. "Nossa intenção é começar no ano que vem. Mas, para isso, precisamos da licença, que está demorando", ressalta. Ele garante que a infraestrutura requerida pelo ministério já está pronta.
Sobre o contingenciamento do Fies – programa de financiamento público responsável pelo crescimento do ensino superior privado nos últimos anos -, ele também afirma não ver problema. "Nunca contamos como Fies. Nosso público será diferente. Pensamos em fazer convênios com os sindicatos das empresas. Queremos fazer parcerias para capacitarmos os funcionários das empresas da cidade", declara.
Enquanto não obtém o aval do MEC, o grupo trata de imprimir sua marca no ensino médio. "Trabalhamos com foco no empreendedorismo. Os professores já estão sendo treinados para isso", conta. O tema, segundo Elvis Bim, um dos sócios da Atopp e diretor do colégio, será trabalhado de forma transversal em todas as disciplinas. "Quando se fala em empreendedorismo, muita gente acha que se trata da abertura de empresas. Mas o empreendedorismo vai além. Queremos que nossos alunos tenham iniciativa na vida, não necessariamente que se tornem empresários." A Atopp atende hoje 215 alunos no ensino médio.