O projeto-piloto de educação financeira nas escolas produzido pela Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF Brasil) levou a um resultado que demonstra a importância de se reduzir a desigualdade social para o crescimento de cada um. A conclusão pode ser alcançada ao identificar que, quanto mais escassos são os recursos, maior a tendência em fazer escolhas erradas e prejudicar a saúde financeira.
Segundo o economista do Banco Mundial Caio Piza, os alunos de classe média ou alta, quando tomam decisões equivocadas, têm ajuda financeira da família, o que não ocorre com os de menor poder aquisitivo. "Mas, quando damos para alunos de classes diferentes os mesmos recursos escassos, a probabilidade de erros é maior. Isso ocorre porque a necessidade de racionar os gastos provoca um esgotamento mental", afirma Piza.
Tanto este comportamento quanto o combate à procrastinação e promoção do autocontrole estão no foco da revisão do projeto-piloto, com foco na psicologia comportamental. Piza afirma que pode ser pensada uma segmentação para diferentes realidades financeiras dos alunos.

TUDO DISPONÍVEL
De acordo com a AEF Brasil, os alunos do ensino médio que passaram pelo projeto-piloto apresentaram maior capacidade de poupar, fazer lista de despesas mensais, negociar preços e meios de pagamento ao realizar compras e de elaborar planos pessoais para alcançar seus objetivos. De acordo com o site da instituição, a tecnologia educacional já está desenvolvida e pronta para disseminação.
Já os livros do ensino fundamental estão em aplicação em 200 escolas de Joinville (SC) e Manaus (AM), e estará disponível para disseminação assim que avaliados os resultados e aprovado pelo Banco Mundial.
Apostilas de educação financeira podem ser baixadas gratuitamente no site do Programa de Educação Financeira nas Escolas (http://www.edufinanceiranaescola.gov.br). (L.F.W.)