Imagem ilustrativa da imagem Demanda por etanol tem recuperação em agosto
| Foto: Maria Goreti Braga dos Santos/Embrapa Ag
No acumulado, a produção de cana-de-açúcar no Centro-Sul do País está em 355,3 milhões de toneladas
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As vendas internas de etanol hidratado foram de 710,8 milhões de litros na primeira quinzena de agosto, no País, alta de 6,0% em relação aos 15 dias imediatamente anteriores, conforme o acompanhamento da safra divulgado ontem pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). O resultado indica uma recuperação de demanda que vem desde julho e que deve ser estável em relação à oferta, mesmo com o aumento na produção.
A moagem de cana nas unidades da região Centro-Sul, da qual faz parte o Paraná, foi de 44,8 milhões de toneladas na primeira metade de agosto, retração de 8,7% ante o registrado na última quinzena de julho. Mesmo assim, o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), Miguel Tranin, afirma que a tendência é que os estoques e o consumo sejam "justos" e não tendam a grandes ganhos aos produtores. "O problema é como se comportam os preços da gasolina, porque nossos custos têm se elevado para muito próximo do preço de venda", diz.
Tranin conta que a alta nas vendas de etanol varia de região para região e não muda tanto a demanda, de acordo com o preço do combustível fóssil. "E vai da política econômica também, porque não sabemos qual será a definição dessa incógnita no governo federal", afirma, para completar que se refere à permanência de Dilma Rousseff ou de Michel Temer na Presidência.
No acumulado, a produção de cana-de-açúcar no Centro-Sul do País está em 355,3 milhões de toneladas de 1º de abril a 16 de agosto, 10,13% acima do registrado no mesmo período do ano passado, conforme a Unica. Porém, o Paraná apresenta evolução menor devido a problemas climáticos que enfrentou, com aproximadamente 4% de alta. "Tivemos o veranico durante a época de chuvas, depois geadas e ainda estamos em um ano em que tivemos baixa renovação do canavial, o que interfere muito", conta o presidente da Alcopar.
Ainda, o executivo explica que os problemas climáticos interferem no momento de plantar e fazem com que os produtores colham antes do ponto ideal, o que prejudica os resultados finais. "E estamos com a colheita adiantada em relação ao ano passado", conta Tranin.
No total do País, o volume processado de cana foi de 355,3 milhões de toneladas, com 19,9 milhões de toneladas de açúcar e 14,7 bilhões de litros de etanol. A produção de açúcar teve crescimento de 21,99%, um incremento de 3,6 milhões de toneladas sobre o ciclo 2015/16.
No Centro-Sul, o mix variou de 41,5% voltado para açúcar no período do ano passado para 45,4% neste ano. No etanol, houve redução de 58,5% para 54,6%, no mesmo comparativo. "Neste ano, dez a 12 fábricas foram iniciadas em unidades da região que eram só de etanol. Os empresários buscaram isso porque o etanol é um mercado mais incerto e é bom dividir", explica Tranin. "Mas não é pelo preço. Faz poucos dias que a cotação da commodity entrou nessa tendência de alta", completa.

NO MERCOSUL
O presidente da Alcopar considera que uma boa notícia para o setor foi a abertura de negociações na cúpula do Mercosul, pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sobre a inclusão do açúcar na pauta de comercialização do bloco econômico. "Mais do que abrir a porta dos países vizinhos para o nosso açúcar, isso pode abrir os mercados que têm acordos com o Brasil, como a União Europeia", diz.