Rio - A liberação do saque de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) tirou do vermelho o consumo das famílias no segundo trimestre do ano. A recuperação da atividade econômica, porém, foi prejudicada pelo mau desempenho da construção, que atrapalhou tanto os resultados da indústria quanto dos investimentos, segundo Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, divulgado hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro recuou 0,24% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre do ano. O indicador da FGV antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
"Eu diria que é um falso negativo. Tivemos um primeiro trimestre muito bom, excepcional (alta de 0,99%), sabíamos que o resultado não se repetiria. Mas ainda está melhor do que no último trimestre de 2016, quando recuou 0,51% em relação ao trimestre anterior", lembrou Considera.
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB do segundo trimestre deste ano teve retração de 0,3%. A indústria teve uma queda de 1,8%, influenciada, principalmente, pelo tombo de 7,4% da atividade de construção.
Sob a ótica da demanda, a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo, medida dos investimentos no PIB) recuou 5,1%. O desempenho do componente de máquinas e equipamentos continua positivo (0,4%), mas a construção teve forte redução, -9,0%, um impacto de -4,6 pontos porcentuais para a taxa trimestral da FBCF.