Em clima de folia, o comércio londrinense vai abrir as portas normalmente nesta segunda (12), terça (13) e quarta-feira (14), das 8h às 18h. Desde que o Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina) venceu uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), a terça-feira de Carnaval não é considerada feriado em Londrina.

Em entrevista à FOLHA, o presidente da entidade sindical, Ovhanes Gava, explica que essa decisão é válida apenas para Londrina - a base do sindicato possui 44 municípios.

Para os shoppings londrinenses, o funcionamento no período já está pacificado, com abertura das praças de alimentação, serviços de entretenimento e lojas. Quando se fala do comércio de rua, o empresário pode optar por abrir ou não durante a data festiva.

“O Sincoval nunca obriga o empresário a abrir”, pontuando que a entidade dá segurança jurídica para as empresas. Como Londrina é a maior cidade da região e outros municípios estarão com o comércio fechado, a tendência é que muitos consumidores procurem as lojas londrinenses.

CIDADES VIZINHAS

“É uma oportunidade para os empresários aproveitarem esses consumidores das cidades vizinhas”, projeta Gava, que acredita que, se o comércio de rua não abrir, os clientes naturalmente migram para os shoppings.

Questionado sobre as perspectivas para as vendas, o presidente do sindicato diz que deve superar os anos anteriores, mas que não há um parâmetro de comparação. Desde o Carnaval deixou de ser considerado feriado em Londrina, a data já coincidiu com uma paralisação do transporte coletivo e com um período de chuvas.

“Não tenho números que possam fazer avaliação em volume de vendas, porque esses fatores acabaram interferindo. Mas a perspectiva que temos para este ano, com tempo firme, é que tenhamos um movimento das cidades do entorno de Londrina, que acabam migrando para cá”, acrescenta.

PROJEÇÃO PARA 2024

Segundo Gava, a existência de menos feriados acaba ajudando o empresário a organizar melhor a rotina da empresa. Quando não se trabalha em um dia no meio da semana, por exemplo, há reflexo no volume de vendas.

Para 2024, ano que terá poucos feriados prolongados e as eleições municipais no segundo semestre, a expectativa é de melhora nas vendas. “Como este ano temos essa tendência com as eleições, acreditamos, com dados da Fecomércio [Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná], que teremos números positivos”, diz.

O presidente do sindicato diz que 2023 foi marcado por números ruins nas principais datas comerciais - Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais e Black Friday. “O que salvou foi o Natal, mas ele não cobriu o déficit do ano inteiro. Com isso fechamos o ano praticamente no zero a zero”, completa.