Chegado do Centro de Distribuição reforça necessidade de implantação do Contorno Norte
Chegado do Centro de Distribuição reforça necessidade de implantação do Contorno Norte | Foto: Ricardo Chicarelli



Uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a BRF SA anunciou nesta segunda-feira que investirá R$ 80 milhões para instalar o principal centro de distribuição (CD) estadual da marca em Londrina, em solenidade no gabinete do prefeito Alexandre Kireeff (PSD). A previsão é de gerar até 600 empregos diretos e indiretos a partir do início das operações, em setembro de 2017. Porém, a transação depende da doação de terreno público de 157 mil metros quadrados na zona norte, que precisa ser aprovada pela Câmara.
Serão 22 mil metros quadrados de área construída, além de pátio para caminhões e área devolvida ao Município para construção de infraestrutura no local, que deve ocupar até 40% do terreno público. O restante será reservado para uma ampliação. Conforme a BRF, o CD movimentará mais de 15 mil toneladas de carga ao mês e terá tráfego de 80 carretas diárias, para atender o Estado, o sul do Mato Grosso do Sul e o Oeste de São Paulo. São sete fábricas da marca e outros dois centros logísticos no Paraná, em um total de 17 mil funcionários.
A gerente de relações institucionais da BRF, Ana Carolina Carregaro, afirmou que a escolha de Londrina se deu pelas facilidades com infraestrutura, para contratação de mão de obra e de treinamento dos 261 funcionários diretos. Foram 36 meses de estudos e negociação para definir o local. "A unidade vai fazer distribuição para montar carga, mas vai fazer faturamento e venda direta, tanto para o Paraná quanto para o Oeste de São Paulo e o Sul do Mato Grosso do Sul."
Kireeff agradeceu o empenho do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) e disse que a cidade começa a colher os benefícios de políticas públicas adotadas na administração dele. Ele citou a aprovação do Plano Diretor para definição de áreas para indústrias e ressaltou o apoio da Câmara. Também destacou obras de infraestrutura como a ligação da Avenida Saul Elkind com Cambé e a duplicação da Avenida Angelina Ricci Vezozzo. "Recebemos empresas como a francesa Limagrain, a Atos, a alemã Wittur, e nossa matriz econômica está se modificando a partir de ações que tomamos", disse sobre empresas que firmaram acordos para se instalar em Londrina.
O prefeito lembrou que a disputa final pelo CD da BRF se deu contra Cambé e Ibiporã, que compõem a região metropolitana, mas que a infraestrutura fez a diferença. Ele acredita que haverá atração de mais empresas do setor e de atividades relacionadas a partir do que chamou de uma "empresa-âncora". "Temos a vocação de tecnologia da informação, educação e saúde já são características da região, mas a logística começa a ser fortalecida", disse Kireeff.
O presidente da Codel, Bruno Veronesi, afirmou ainda que a MRV Log, também de movimentação de cargas, instalou-se na cidade e já dobrou de capacidade, o que pode significar uma tendência. "Londrina tem uma posição estratégica e esse fato (chegada da BRF) corrobora esse nosso sentimento", disse.

Ana Carolina, gerente da BRF, discursa em solenidade no gabinete do prefeito Alexandre Kireeff
Ana Carolina, gerente da BRF, discursa em solenidade no gabinete do prefeito Alexandre Kireeff | Foto: Saulo Ohara



Arrecadação
Apesar de a BRF não confirmar os valores, a expectativa é de movimentação de R$ 1,8 bilhão ao ano no CD. O montante deve render arrecadação para a Prefeitura de R$ 6 milhões ao ano, somente com a parcela de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que retornará a Londrina pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O valor tende a aumentar com o Imposto Sobre Serviços (ISS) tanto da BRF quanto de terceirizados.