O BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) liberou mais de R$ 120 milhões em contratos para cinco empresas da região de Londrina, durante a programação da 62ª edição da ExpoLondrina (Exposição Agropecuária de Londrina). As assinaturas foram realizadas no Lounge da Sociedade Rural do Paraná, no Parque Ney Braga.

Durante a apresentação, o superintendente do Banco, Paulo Cesar Starke Jr., falou sobre a atuação da instituição e destacou que cerca de 60% da presença da instituição está ligada à cadeia do agronegócio. Segundo Starke, iniciativas para promoção de impacto socioambiental e climático positivo colaboram para que o Banco capte recursos no exterior e repasse à região Sul. “Conseguimos captar recursos mostrando que a nossa região está investindo em projetos sustentáveis ou nas metas da ONU. São os nossos empreendedores investindo em sustentabilidade”, afirma.

"No ano passado, o BRDE assinou, também durante a ExpoLondrina, R$ 37,5 milhões em contratos. Agora, o valor ultrapassou R$ 120 milhões. É muito significativo para nós fazermos parte de ações como esta, que contribuem para o desenvolvimento da região e ajudam a potencializar os negócios ", destaca o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo Janene El-Kadre.

A Integrada Cooperativa Agroindustrial fechou um contrato no valor de R$ 97 milhões com o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) para investir em armazenagem. Do valor total, R$ 50 milhões referem-se ao PCA e os R$ 47 milhões restantes serão usados na compra de equipamentos para os silos. A ampliação e modernização deve ser concluída até dezembro e, com isso, a empresa espera aumentar em 35 mil toneladas a sua capacidade. A cooperativa londrinense produz soja e trigo e está presente em quase 50 municípios, com mais de 13 mil cooperados.

O montante servirá para amenizar um dos maiores gargalos de logística enfrentados pelo agronegócio brasileiro: a falta de silos para armazenagem da produção de grãos. Segundo a CSEAG-Abimaq (Câmara Setorial de Armazenagem de Grãos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o déficit de armazenagem de grãos no país no ano passado chegou a 118 milhões de toneladas, um recorde. Em relação a 2022, houve crescimento na defasagem, de 42,16%.

Por meio do PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns), o governo federal tenta amenizar o déficit de armazenagem. No ano passado, R$ 6,6 bilhões foram investidos no programa, R$ 1,5 bilhão a mais do que em 2022, mas ainda não é suficiente. A Abimaq estima que seria preciso investir R$ 15 bilhões todos os anos para atender à alta da produção.

“Não vai resolver o problema da cooperativa, mas vai amenizar a falta que temos hoje. Nossa capacidade é deficitária”, disse o superintendente administrativo financeiro da Integrada, Akio Cyoia.

Embora 60% das transações realizadas pelo banco estejam ligadas à cadeia do agronegócio, os recursos disponibilizados durante a feira pela instituição de fomento irão beneficiar, além da Integrada, outras quatro empresas da região, de diferentes segmentos, como movelaria e peças automotivas.

A Aesa, de Cambé, fechou contrato com o BRDE de um projeto de inovação para a utilização de biogás de cana de açúcar como fonte principal de energia dos seus queimadores. O projeto também visa investir na automação de outros processos na fábrica.

A Alternativa Etiquetas, também da cidade de Londrina, e que trabalha com etiquetas e rótulos, fez parceria com o BRDE para um projeto que tem como objetivo melhorar o seu processo atual de impressão de flexografia (processo que utiliza chapas flexíveis para transferir tinta) para a digital, o que reduziria custos do trabalho e aumentaria a possibilidade de personalização.

De Arapongas, as empresas de móveis de madeira, Linea Brasil e Poquema Móveis, contam com o BRDE para a aquisição de insumos utilizados pelas duas empresas nos seus processos produtivos. Ao final, foi assinado um termo de cooperação entre o BRDE e a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina).