Indústria da transformação colaborou com 25,7 mil novos postos de trabalho no País
Indústria da transformação colaborou com 25,7 mil novos postos de trabalho no País | Foto: Theo Marques/28-04-2014



O Brasil criou 34,4 mil vagas de empregos formais em setembro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Ministério do Trabalho. O resultado é o sexto aumento consecutivo neste ano, segundo o governo, e o melhor resultado para o mês desde 2014, quando as contratações superaram as demissões em 123,8 mil vagas. Em 2015 e 2016, o país demitiu mais do que contratou trabalhadores formais em setembro. Mesmo com os últimos saldos positivos, o resultado acumulado em 12 meses está negativo em 466,6 mil postos de trabalho.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram criadas 208,9 mil novas vagas de trabalho. O resultado do período também é o melhor desde 2014, quando foram criados mais de 900 mil postos de trabalho formal.

O Paraná também teve performance positiva em setembro. No Estado, foram criadas 2.291 vagas, saldo de 71.276 admissões e 68.985 demissões. No acumulado do ano, o saldo paranaense é positivo em 12.326 vagas - foram 685.548 contratações e 676.222 desligamentos. Da mesma forma que no País, o resultado em 12 meses ainda é negativo em 13.024 vagas (884.116 admissões e 897.140 demissões).

O coordenador-geral de estatística do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, afirmou que há uma "tendência maior" de geração de emprego nos próximos meses, mas evitou fazer projeções para o resultado do ano. "O mercado de trabalho é uma caixinha de surpresas", disse.

Magalhães também afirmou que ninguém sabe como a reforma trabalhista, prevista para entrar em vigor sem novembro, pode afetar o resultado do Caged. "Do ponto de vista técnico, ninguém consegue fazer estimativa neste sentido", disse.

INDÚSTRIA
A indústria de transformação foi a principal responsável pela geração de empregos no País em setembro: foram 25,7 mil novos postos de trabalho. Em seguida, a parece o comércio, com 15 mil novas contratações. "O grande destaque foi indústria e comércio, que é tipico desse período do ano. Você tem a indústria demandada devido ao fim do ano e o comércio contratando pelo aquecimento da demanda" afirmou Magalhães. O setor de serviços abriu 3,7 mil novos empregos e a construção civil, 380.

Os demais setores demitiram mais do que contrataram. A agropecuária, com o fechamento de 8,4 mil postos de trabalho, foi a que registrou o pior saldo. Magalhães atribuiu o resultado negativo da agropecuária ao fim da colheita do café em Minas Gerais e disse que o comportamento é sazonal.
"Isso não quer dizer que a agricultura está ficando menos dinâmica. Terminando ciclo do Sudeste, começa o ciclo no Nordeste", disse.

REGIÕES
O Nordeste liderou as contratações em setembro, com 29,6 mil novas vagas. Depois, parecem o Sul, com 10,5 mil novos postos, e o Norte, com saldo positivo de 5,3 mil. "O Nordeste contribuiu decisivamente para o saldo positivo e isso tem a ver com agricultura e indústria", disse Magalhães. "É um dado a ser bastante comemorado, porque Nordeste vinha patinando e agora liderou a geração de empregos."

O Ministério do Trabalho comemorou porque os resultados da região não vinham acompanhando a recuperação, ainda que lenta, de outros locais. No acumulado do ano, é a única região com saldo negativo (30,3 mil demissões). O Sudeste e o Centro-Oeste foram, em setembro, as duas regiões que demitiram mais do que contrataram no mês passado, com saldos negativos de 8,9 mil e 2,1 mil, respectivamente.
Em agosto, o governo havia comemorado que, pela primeira vez no ano, todas as regiões tinham apresentado um saldo positivo em agosto.
O salário mensal de admissão em setembro (R$ 1.478,52) caiu 0,8% em relação ao registrado em agosto (R$ 1.490,95).