Contratações nas escolas ajudaram o setor de serviços a ser o campeão em vagas
Contratações nas escolas ajudaram o setor de serviços a ser o campeão em vagas | Foto: Pedro RIbas/ANPr



O número de empregos formais no Brasil não tinha saldo positivo desde abril de 2015. O mês de fevereiro mudou o cenário com saldo de 35,6 mil vagas, segundo anunciou ontem o presidente da República, Michel Temer, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. No segundo mês do ano, ocorreram 1.250.831 contratações, contra 1.215.219 demissões.

Sul (35,4 mil), Sudeste (24,2 mil) e Centro-Oeste (15,7 mil) foram as três regiões que apresentaram crescimento de postos de trabalho. O Nordeste (-37 mil) e o Norte (-2,7 mil) reduziram a quantidade de empregos formais em fevereiro. No Sul e no Centro-Oeste, o saldo foi positivo em todos os estados. Dentre as 27 unidades da federação, o Paraná foi um dos 14 que apresentaram saldo positivo, de 10 mil empregos formais.

O Ministério credita o resultado aos setores de Serviços, que teve saldo positivo de 5,5 mil postos de trabalho, e Indústria da Transformação, com saldo de 2 mil. São Paulo foi o estado com maior criação de empregos no mês passado, com 25,4 mil vagas geradas, seguido de Santa Catarina (com 14,8 mil postos de trabalho) e Rio Grande do Sul (10,6 mil). No recorte por municípios, Londrina também ficou com saldo positivo de 338 empregos formais no mês de fevereiro.

Depois de o Brasil registrar em 2016 o segundo pior ano da história no mercado de trabalho formal, 2017 começou com o fechamento de 40,8 mil vagas de emprego com carteira assinada em janeiro - havia sido o 22º mês consecutivo em que houve diminuição do emprego formal. A tendência foi revertida no mês passado, quando o saldo foi positivo pela primeira vez desde março de 2015.

O desempenho nacional de fevereiro foi puxado, principalmente, por serviços, que encerrou o mês com a criação de 50,6 mil vagas. Em segundo lugar, aparece a administração pública, com 8,2 mil vagas geradas, e em terceiro a agropecuária, com 6,2 mil postos criados.
"As instituições de ensino sazonalmente contratam nessa época, assim como a contratação formal no ensino público dos governos estaduais e municipais", afirmou o coordenador de estatística do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães. "Mas há diversos outros setores de serviços que prestam serviços a empresas".

Imagem ilustrativa da imagem Após 22 meses, País tem saldo positivo de emprego



Questionado sobre a razão da divulgação antecipada, Magalhães afirmou que foi feito um "esforço maior para esta divulgação". "Nosso desejo é passar a divulgar os dados sempre no dia 15 ou 16. Claro que diante de resultado positivo fizemos um esforço maior para a divulgação."
A indústria de transformação, que em janeiro havia criado cerca de 17 mil postos de trabalho, vem em quarto lugar, com a criação de 3,9 mil vagas com carteira.

"Na indústria, o segmento de vestuário, indústria têxtil, vem se destacando", afirmou o coordenador de estatística do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães. "Se os empresários da indústria estão contratando, estão acreditando que o poder de compra dos trabalhadores vai crescer".

No comércio, as demissões superaram as contratações. "Isso é fruto da sazonalidade. Esperamos a recuperação mais para a frente", disse Magalhães.(Com Folhapress)