Inserir as inovações tecnológicas nas rotinas e processos que envolvem a cadeia produtiva do agronegócio há muito deixou de ser uma questão de escolha. Na era da agricultura 4.0, a inteligência artificial, o uso de drones, satélites e outras ferramentas de gerenciamento de dados vêm revolucionando o trabalho no campo ao possibilitar uma maior otimização dos recursos e o consequente aumento da produtividade. A modernização dos meios de produção vai muito além de uma tendência de mercado e passa a ser determinante à manutenção da competitividade.

Com a finalidade de informar e atualizar os acadêmicos e profissionais do setor sobre as novas tecnologias disponíveis, a SRP (Sociedade Rural do Paraná) promove, em parceria com o FB Group, AgroValley e Sebrae, a sexta edição do AgroBIT Brasil. O evento, gratuito, acontece em Londrina, nesta terça (7) e quarta-feira (8), no Parque de Exposições Governador Ney Braga e reúne uma extensa programação que inclui palestras, apresentações e atividades voltadas para a gestão de carreiras, mulheres do agro, rodadas de negócios e minicursos. Entre os temas, estão os grãos digitais, a tokenização no agro, ESG, foodtech, bioinsumos e todas as tecnologias disponíveis no mercado para que o produtor rural aumente sua rentabilidade, além da sustentabilidade.

Há ainda ações paralelas como o AgroBIT Carreira, Academia AgroBIT para Mulheres do Agro, Rodada de Negócios Institutos Senai de Tecnologia e Inovação e 10º Encontro de Gestores de TIC e Inovação das Empresas do Agro, Prêmio Produtor Rural 4.0, Smart Farm - com participação de startups e fundos de investimento, além de área de exposições com as principais inovações das empresas do setor e sala de networking.

“O conhecimento está na base de todo o sucesso e isso não é diferente no agronegócio. Nosso setor está constantemente em aprimoramento técnico e tecnológico, é dinâmico e precisa dessa busca constante por formação e informação contínuas”, ressaltou o presidente da SRP, Marcelo Janene El-Kadre, que definiu o AgroBIT como uma oportunidade de atualização aos produtores rurais envolvidos em relação a técnicas e tendências para uma produção mais sustentável e dinâmica.

“É importante oxigenar sempre e o grande compromisso de uma entidade de classe como a Sociedade Rural do Paraná é trazer conhecimento e que ele (produtor rural) possa aproveitar da melhor maneira dentro da porteira”, disse El-Kadre.

A CEO do FB Group, Daiana Bisognin Lopes, destacou o enorme alcance do evento, que se estendeu pelo país e rompeu fronteiras. Nesta edição, entre os seus participantes estão representantes de 23 estados brasileiros e de quatro países. “A gente consegue que Londrina esteja no radar da inovação da tecnologia e o AgroBIT deste ano vai trazer diversos temas práticos para o produtor rural. Os participantes vão entender que precisam usar a inovação e a tecnologia para conseguir melhores resultados”, afirmou.

Um dos desafios ainda é quebrar as barreiras que impedem o avanço das tecnologias na cadeia produtiva do agronegócio. Resistência que está, em parte, relacionada aos altos investimentos que as novas tecnologias demandam, mas também à insegurança em relação à geração de dados e à falta de conectividade entre as tecnologias, um dos principais problemas hoje quando se fala em inovações para o campo em algumas áreas. “As empresas estão se profissionalizando e buscando melhorar. Da primeira edição do AgroBIT para cá, a gente evoluiu muito”, apontou Lopes.

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrou que o antigo modelo de agricultura, que exigia do homem do campo um enorme esforço físico, definitivamente ficou para trás e que agora o agronegócio vive o tempo do conhecimento, da ciência e da inovação. “É movimento para fazer mais e melhor com menos, demonstrando cabalmente que nós produzimos, sim, uma agricultura sustentável.”

A nova genética, os bioinsumos, a nova mecanização e os processos digitais, afirmou o secretário, devem ser tratados “com muito entusiasmo e muito investimento” para que o setor eleve a média de desempenho sem perder a sustentabilidade. E para manter o Paraná na posição de destaque que ocupa no agronegócio nacional, pontuou Ortigara, é necessário que haja um investimento em processos que ao mesmo tempo em que ajudam a poupar recursos, geram produtos de maior qualidade, inclusive sob o ponto de vista nutricional. “Hoje, três em cada quatro toneladas que nós colhemos já são fruto de conhecimento aplicado nesse processo.”

A programação completa e mais informações sobre o AgroBIT 2023 podem ser conferidas no site www.agrobitbrasil.com.br.