Aeroporto ganhou nova sala de embarque, mas ainda depende de desapropriações para aumentar a pista e instalar o tão esperado ILS
Aeroporto ganhou nova sala de embarque, mas ainda depende de desapropriações para aumentar a pista e instalar o tão esperado ILS | Foto: Marcos Zanutto



O Aeroporto Governador José Richa de Londrina fechou 2017 com queda na movimentação de passageiros, em comparação com o ano anterior. O número de embarques e desembarques caiu de 920.782 nos 12 meses de 2016 para 880.425 no ano passado. No comparativo de dezembro passado com o mesmo mês de 2016, a queda foi de 6,49%.

O terminal de Londrina opera bem abaixo da sua capacidade, que é de 3,1 milhões de passageiros por ano. Em média, o aeroporto opera 14 voos diários. A movimentação teve uma grande oscilação em fevereiro, com recuperação em março, mas seguiu o primeiro semestre em baixa. O segundo semestre apresentou uma tendência de crescimento leve até outubro e fechou o ano com quase o mesmo volume registrado no começo do ano.

O custo da passagem e as opções de voos restritas são apontados como os motivos para o desempenho negativo em 2017. "Os voos estão muito caros e as empresas de ônibus estão oferecendo cada vez mais comodidades e atraindo mais passageiros", comentou Arnaldo Falanca, presidente do Londrina Convention Bureau.

Em 2017, o Terminal Rodoviário de Londrina (TRL) registrou um incremento de passageiros de 5,17% em comparação com 2016 (2.390.990 pessoas, somadas as operações de embarque, desembarque, trânsito e turismo). Com poucas opções de voos diretos para Curitiba, as conexões podem demorar mais do que a viagem de ônibus.

Outro ponto que também influenciou, na avaliação do presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Nado Ribeirete, foi o aumento da alíquota do ICMS sobre o combustível, que subiu de 12% para 18%. "As companhias analisaram esse custo e tiraram os voos técnicos de Londrina. As aeronaves que paravam aqui para abastecer deixaram de vir", comentou Ribereite. Mas segundo ele, o momento é de recuperação da economia e o "aeroporto é um grande instrumento de transformação econômica."

Imagem ilustrativa da imagem Aeroporto de Londrina opera em baixa em 2017



AMPLIAÇÃO
A Infraero está investindo em obras de melhorias do terminal. Em setembro foi concluída a nova sala de embarque, que ampliou a capacidade do aeroporto de 2,2 milhões para 3,1 milhões de passageiro por ano. O espaço conta com quatro portões, 400 assentos, um novo conjunto de inspeção de segurança, sanitários - incluindo acessível e fraldário, além de novas áreas para exploração de atividades comerciais e outros negócios. Um investimento de R$ 3,6 milhões.

As obras de ampliação da pista de pouso e decolagens, instalação de ILS (equipamento que permite o pouso e decolagem por instrumento) e remanejamento e melhorias dos auxílios a navegação dependem da conclusão do processo de desapropriação. Em dezembro, a Infraero contratou a elaboração dos projetos de ampliação da pista.

A conclusão das desapropriações ainda depende de decisão judicial. O proprietário de uma oficina de aviões, instalada dentro do aeroporto, contesta na Justiça o valor de R$ 430 por metro quadrado proposto pela Prefeitura. Segundo o presidente da Codel, o município deve apresentar uma nova proposta, mas que precisa ainda ser aprovada pela Infraero.

A intenção é oferecer uma área menor dentro do sítio do aeroporto e indenizar o restante. "O prefeito (Marcelo Belinati) pediu uma audiência em Brasília para discutir esse assunto e mostrar que está é uma boa saída para não arrastar a discussão ao longo dos anos", disse Ribeirete.

De acordo com o presidente da Codel, ainda falta a demolição de três imóveis, que está na fase de conclusão da documentação de desapropriação. O custo das desapropriações está na casa dos R$ 35 milhões, emprestados pelo Paraná Cidade.