Tirando o sono de muitas pessoas, o momento de fazer a declaração do IR (Imposto de Renda) pode trazer muita dor de cabeça e estresse para os contribuintes, principalmente para aqueles que deixam para a última hora. Por conta disso, o Sescap (Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região) organizou uma ação na manhã deste sábado (16) para tirar dúvidas sobre a declaração. Dentre as orientações, a principal é a organização, que faz toda a diferença e pode evitar muitos problemas com o “Leão”.

Presidente do Sescap, Euclides Nandes Correia explica que o Declare Certo já é um evento tradicional e aguardado por muitos contribuintes todos os anos, que separam uma parte do dia para tirar algumas dúvidas sobre como fazer a declaração do IR. Ele pontua que as principais demandas da população são em relação à obrigatoriedade de fazer a declaração e da forma correta de inserir os dependentes. O prazo para fazer a declaração do Imposto de Renda começou nesta sexta-feira (15) e vai até o dia 31 de maio.

“A gente acompanha muitos contribuintes que acabam errando nas suas declarações por falta realmente de orientação, o que atrasa a restituição ou às vezes fica bloqueado numa malha fina por conta de um mau preenchimento da declaração”, ressalta. Para quem teve altos rendimentos, o presidente afirma que é importante que essa pessoa busque um profissional, já que o IR tem alguns pontos complicados e a má interpretação pode trazer “dores de cabeça”.

Sobre as mudanças, Correia detalha que os valores foram ampliados, ou seja, a faixa de renda que uma pessoa deve ter para fazer a declaração subiu. Agora, apenas quem teve rendimentos tributáveis a partir de R$ 30.639,90 em 2023 é que vai precisar declarar o Imposto de Renda. Como exemplo de rendimentos tributáveis, ele cita salário, aluguéis ou honorários recebidos pela prestação de determinado serviço. “Uma outra questão de obrigatoriedade é de quem recebe rendimentos isentos acima de R$ 200 mil, o ano passado era R$ 40 mil esse limite”, reforça, completando que entram nessa categoria a caderneta de poupança e lucros recebidos por empresários.

Outro ponto que teve mudança foi o de valores de bens: no ano passado, quem tinha mais de R$ 300 mil em bens precisava fazer a declaração; para este ano, a faixa subiu para R$ 800 mil. “Outro aspecto que é muito relevante aqui na nossa região é o de produtores rurais. O produtor rural que entregou sua soja, milho ou qualquer produto agropecuário no ano [de 2023] e faturou mais do que R$ 153 mil também está obrigado [a fazer a declaração]”, aponta.

ATENÇÃO

Em relação aos principais erros cometidos pelos contribuintes na hora de fazer a declaração do IR, Euclides Nandes Correia alerta que a omissão de receita é um dos mais comuns. Nesse caso, na hora de preencher o documento, o contribuinte esquece ou decide não colocar algum rendimento. “Se você omitir uma receita, subentende-se que você deixou de informar uma base para calcular o imposto, que é a receita”, ressalta, citando como exemplo um assalariado que também recebe aluguéis, mas deixa de lançar algum desses valores. Como todas as imobiliárias são obrigadas a informar os valores movimentados ao longo do ano, a Receita Federal cruza os dados e consegue “pegar” o contribuinte, que pode ser multado.

A declaração, segundo o presidente do Sescap, é só um momento de fechamento do Imposto de Renda, sendo que os contribuintes não deveriam estar correndo atrás de documentos nesse momento, mas apenas preenchendo a declaração. “Para esse ano já está em cima da hora, mas para o ano que vem a dica é pegar uma pasta e ir guardando todos os documentos [que vão ser utilizados no IR], como receitas e recibos”, orienta, completando que a organização toda a diferença na hora de fazer a declaração, já que evita muita “dor de cabeça”. Segundo ele, as declarações podem até ser feitas em menos de 30 minutos caso o contribuinte tenha em mãos todos os documentos

ORGANIZAÇÃO

Empresário do ramo de marcas e patentes, Eduardo Vilage, 61, conta que todo ano passa para conversar com o pessoal do Sescap para tirar dúvidas sobre a declaração, principalmente para entender as mudanças do IR. “A gente aproveita a oportunidade [porque] é gratuito e a gente pode sentar aqui e tirar dúvidas”, ressalta, citando que estar informado é fundamental para não ser penalizado pela Receita Federal. Para ele, as principais dúvidas são em relação ao formato que uma herança deve ser lançada no IR, assim como o lucro vindo de investimentos. Por isso, ele afirma que sempre opta pela ajuda profissional.

Para não se complicar com os prazos, o empresário deixa todos os documentos que vão ser utilizados separados já no início do ano para que depois a declaração seja feita de forma mais rápida e simples. “Até porque se faltar um documento eu tenho tempo para poder buscar”, finaliza.