O Paraná apresentou crescimento de 11,5% na abertura de novas empresas no primeiro quadrimestre de 2012 em comparativo ao mesmo período do ano passado. O salto foi de 30.699 para 34.230 novos empreendimentos, segundo dados do primeiro levantamento do Empresômetro: Censo de Empresas e Entidades Públicas e Privadas Brasileiras, ferramenta criada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que tem sede em Curitiba. O número de ascenção do Estado é menor do que a média nacional, que apresentou evolução de 26,6% no período.
Em comparativo a outros estados da região Sul e Sudeste, os dados paranaenses são mais tímidos. Minas Gerais, por exemplo, apresentou elevação de 44,5% nos registros de novas empresas. Em segundo lugar ficou Santa Catarina (33%), seguido do Rio Grande do Sul (26,2%), Rio de Janeiro (20%) e São Paulo (19%).
Para o coordenador estadual de políticas públicas do Sebrae, César Rissete, o boom de alguns estados na criação de empresas, como aconteceu principalmente em Minas Gerais, ''não são sustentáveis por muito tempo''. No caso do Paraná, ele considera que o crescimento de 11,5% no período avaliado é bastante consistente ao longo dos últimos anos. Rissete explica que o sexto lugar na geração de empreendimentos é condizente com a situação econômica do Estado. ''Este crescimento esta diretamente relacionado à economia do Estado. Possuímos 6% do PIB nacional e 6% das empresas do País. Nosso crescimento neste quesito é sustentável e aconteceu de forma linear nos últimos anos'', avalia.
Se o Paraná não possui tais ''explosões'' de crescimento no número de novas empresas, as taxas de mortalidade delas mantêm a média nacional. Segundo dados do Sebrae, atualmente 74% dos novos empreendimentos paranaenses sobrevivem ao primeiro ano de atividade. Há cinco anos, metade das empresas que surgiam fechava as portas cedo.''Isto mostra algumas mudanças que aconteceram ao longo dos últimos anos: a desburocratização na abertura das empresas, maior oferta de crédito para os empresários, mecanismos de inovação e a lei do Micro Empreendedor Individual (MEI)'', explica Rissete.

MEI


De fato, o estudo comprova a força dos Micro Empreendedores Individuais para solidificar o crescimento de 26,6% de empresas no País. Neste segmento, a ascenção foi de 66,4%, um salto de 219.611 para 381.799 novos MEIs entre o primeiro quadrimestre de 2011 e 2012.
Para Rissete, os valores comprovam que os pequenos empresários estão mais conscientes sobre a importância da formalização. No Paraná, por exemplo foram formalizados por volta de 120 mil MEIs nos últimos dois anos. ''A maioria dos empreendedores que acabam se formalizando fazem isso por oportunidade, e não necessidade. Realmente, eles estão percebendo que estar na formalidade é mais vantajoso para os negócios de maneira geral''.

Raio-x empresarial


Gilberto Amaral, um dos coordenadores da ferramenta criada pelo IBPT, explica que o site Empresômetro será uma ferramenta onde a população de todo o País vai poder encontrar uma espécie de raio-x com informações sobre empresas e entidades para análises mercadológicas, institucionais e políticas. ''Hoje as informações acerca deste assunto são muito esparsas. Por isso o trabalho do IBPT de concentrá-las num local só'', salienta ele.
O site (www.empresometro.com.br) entrará em funcionamento para o público na primeira quinzena do mês de junho e tem como base de dados informações divulgadas pelas próprias empresas e entidades, Receita Federal, Secretarias Estaduais da Fazenda, Secretarias Municipais de Finanças, Portais de Transparência, IBGE, dentre outros.