A campanha "Londrina Liquida" tirou o consumidor da toca. Depois de um junho muito ruim em vendas, ontem, no primeiro dia de promoções com descontos que chegam a 70%, as lojas que estavam com faixas e cartazes tinham movimento acima do comum para o mês. São 700 empresas que aderiram à campanha, que vai até as 18 horas de amanhã e envolve ainda shoppings centers, restaurantes e hotéis.
O temor do londrinense em relação à crise econômica do País fez com que as vendas no mês passado ficassem muito aquém do esperado. Mesmo com o Dia dos Namorados, as lojas ficaram vazias. A solução foi recriar a campanha que não era realizada há três anos, para liquidar a coleção de inverno e fazer capital de giro mesmo que poucos dias depois do início da estação. Deu certo.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial do Londrina (Acil), Valter Orsi, as entidades parceiras da campanha buscaram a campanha para reduzir as perdas em um momento turbulento da economia nacional. "Não temos data festiva em julho e essa liquidação faz essa função. São 700 empresas que aderiram e em todas as regiões a pessoa vai encontrar alguma loja que participa do ‘Londrina Liquida’", diz.
Orsi acredita que é necessário criar um clima de mais otimismo, para quebrar a onda de pessimismo que gira em torno do mercado. "A campanha faz essa função e permite que o empresário reforce o próprio capital de giro e que os consumidores tenham a chance de fazer compras por um bom preço."
Gerente da Bolivar Calçados, Bruno Machado afirma que junho foi um mês abaixo do esperado. "Em julho, nós nos adiantamos ao Londrina Liquida e o resultado foi sensacional", diz, ao lembrar que os produtos da loja entraram em promoção ainda no dia 1º. Assim, ele espera ficar empatar as vendas dos primeiros sete meses do ano com as do mesmo período de 2014.
Sentimento parecido teve a gerente Solange Picoloto Ramos, da Billie. "Parece que os clientes estavam esperando uma promoção, porque foi começar e as pessoas vieram aqui para comprar", diz. Ela lembra que a moda inverno é de difícil comercialização em Londrina, porque depende do frio na cidade, que pouco deu as caras neste ano.
No caso de Ricardo Brandel Junior, da loja Poa, o movimento estava até 15% mais fraco até o início da liquidação. "Também teve o problema da chuva, mas com sol e as promoções, começamos a vender mais", conta. Na Usaflex, a gerente Erika Rodrigues também comemorou o aquecimento do mercado em julho. "A crise pegou todos no País, mas o Liquida movimentou a cidade."
Os clientes confessam que foram mesmo às ruas atrás de preços mais baixos. Mesmo a estudante Mônica Santos Veiga, que precisava comprar um presente, acabou pesquisando algo para ela. "Minha família maneirou nas compras nos últimos meses, mas vim procurar uma coisa específica e aproveitei dar uma olhada", diz. A professora Maria de Lourdes Vasconcelos se diz "fã de promoções" e resolveu pesquisas as lojas do Centro atrás de uma pechincha. "Tivemos de segurar porque as coisas estão muito caras e o salário parece que está menor, então vamos aproveitar esses preços", conta.
A dona de casa Isabel Cristina Carrasco também cortou gastos. "A inflação começa no supermercado e termina nas contas de água e luz. Mas sempre precisamos de algo e, se o preço é bom, temos de aproveitar."
A campanha da Acil é realizada em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval), a sociedade garantidora de crédito (SGC) Garantinorte e o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob).