Majestoso internacional
O primeiro clássico São Paulo x Corinthians disputado no exterior não foi bom. Nem era para ser, levando em conta que se tratava de um jogo de pré-temporada, em que vale mais observar o que não funciona. Serviu para ver o Corinthians, pela segunda vez em dois jogos, mais parecido com o que Tite fazia do que com o que fizeram Cristóvão e Oswaldo de Oliveira.
Fabio Carille foi melhor do que Rogério Ceni nas alterações e poderia ter vencido a partida no tempo normal, não fossem as finalizações erradas de Marlone e Giovanni Augusto. Também importa pouco criticar as alterações de Rogério, porque mais do que interferir no clássico, o que desejava era testar atletas.
Tanto o São Paulo quanto o Corinthians deixaram boas impressões dos jogos na Flórida. O Corinthians pela compactação. As linhas jogam mais próximas, como Carille aprendeu na convivência com Tite e com Mano Menezes.
A vitória contra o Vasco entusiasmou. Contra o São Paulo, a paciência demasiada do primeiro tempo chamou o adversário para seu campo e poderia ter custado a derrota numa finalização de Wellington Nem.
A estrutura tática é o 4-1-4-1. A impressão do final do ano de que faltam jogadores de talento ao Corinthians desfaz-se à medida em que o time se agrupa. Não dá para dizer que falta qualidade num elenco com Cássio, Fágner, Gabriel, Marquinhos Gabriel e Guilherme.
Falta mais no São Paulo. Pelo menos em posições específicas. Rogério Ceni aposta em Buffarini como lateral-esquerdo.
Pode dar certo, mas é improviso. Buffarini foi contratado para ser lateral direito, com a informação de que poderia jogar como ala ou no meio de campo. Não se pensava no lado esquerdo.
Júnior Tavares é seu reserva. Talentoso, poderá ganhar a posição. Mas não está no elenco algum jogador que a torcida tem certeza de que vai dar certo.
Em outros tempos, também foi assim, no Morumbi. A montagem do time de 2017 lembra tempos em que o São Paulo anunciou que não havia dinheiro e precisava apostar a médio prazo. Numa das vezes, deu Muller e Silas. Na outra, Kaká e Júlio Baptista.
Este São Paulo já descobriu os dribles de Wellington Nem, responsáveis pelo pênalti contra o River Plate, desperdiçado por Cueva. Terá também David Neres, assim que o Campeonato Sul-Americano sub- 20 terminar. Rogério dá sinais de que deseja um time que jogue, seja envolvente e controle as ações a partir da posse de bola. Foi assim em boa parte do clássico da Flórida, sábado à noite.
Fabio Carille oferece a noção de que montará uma equipe sólida defensivamente, capaz de trocar passes, mas também de tirar o espaço dos rivais para vencer partidas em seus erros.
Rogério é mais moderno. A informação de que sua base seria o 3-4-3 já se transformou. Rodrigo Caio é volante e o time joga no 4-3-3, como Real Madrid e Barcelona.
Se vai conseguir aplicar o que planeja com elenco barato e planos de médio prazo, é difícil saber. No primeiro semestre, ele tem um bom desafio: acabar com a fila do Paulistão. Por mais que o São Paulo dê de ombros para o estadual, vencê-lo encerra um longo período sem taças. Não há outro troféu para levantar antes de outubro. Será um bom cartão de visitas.

ESPAÇO DEMAIS
Eduardo Baptista diz querer mais compactação na parte ofensiva do Palmeiras. Em outras palavras, o time do primeiro tempo em Chapecó ficou com muito espaço entre Felipe Melo e o resto do meio-de-campo. Melhorou na segunda etapa, com Arouca de primeiro volante.

EUROPA DE MENOS
Desde 1992, o Flamengo não tinha quatro jogadores convocados e desde 1989 não era tinha o maior número em uma lista. O contraste foi o futebol de sábado à tarde contra o Vila Nova. O Fla não jogou bem e, pela primeira vez na história, perdeu para o time goiano.