Imagem ilustrativa da imagem O empresário e o samaritano
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Todos conhecem a história. Um homem descia de Jerusalém para Jericó quando foi atacado por assaltantes, que o deixaram ferido e meio morto na beira da estrada. Passou por ali um sacerdote, seguiu adiante. Passou um levita, seguiu adiante. Quando passou um samaritano — considerado inimigo dos judeus —, não só parou e acudiu o homem, como cuidou de suas feridas e pagou sua hospedagem.

A parábola do samaritano, como todas as palavras de Jesus, não vale para um só momento histórico, mas abarca todas as realidades possíveis. A mesma profecia se repete e se confirma eternamente, em novos contextos individuais e sociais.

No Brasil do século XXI, corrompido por décadas de desgovernos, a figura do empresário pode ser identificada com a do samaritano. Durante muitos anos, ouvimos políticos, intelectuais e até professores repetirem que todos os males da sociedade se devem aos “empresários exploradores”. Nas novelas da Globo — escritas por autores de esquerda, quando não membros do PCB —, a imagem do empresário quase sempre era a do malvadão que enganava os pobres e oprimidos. Jamais se apresentava o empresário como gerador de empregos, pagador de impostos e criador de riquezas para a sociedade. Durante muito tempo, o empresário foi visto como o inimigo número do 1 da sociedade — exceto quando era amigo do governante de turno e beneficiário do BNDES (os Joesleys, os Eikes, os Odebrechts).

A identidade entre o samaritano da parábola e o empresário atual torna-se ainda mais evidente quando concluímos que, com toda probabilidade, o samaritano era um membro da classe comerciante. Pelo relato de Jesus, ele precisava resolver negócios em Jerusalém, por isso se ausentou por uns dias, enquanto a vítima do assalto se recuperava. Em outras palavras: um homem de negócios mostrou capaz de amar ao próximo e fazer a vontade de Deus, e agiu muito melhor do que os homens de religião, comprovando que a verdadeira caridade não se vincula a uma só casta.

Há alguns dias, os sete leitores da Avenida Paraná acompanharam a história da filha de meu amigo Osvaldinho, que foi assaltada e agredida por uma dupla de malfeitores em Londrina. A menina, estudante universitária, ficou bastante traumatizada com o crime. Felizmente, um dos leitores da crônica daquele dia foi o empresário Fernando Moraes, diretor de uma tradicional rede comercial da cidade, a Móveis Brasília.

Fernando se compadeceu do drama da menina e, no último sábado, presenteou-a com um celular equivalente ao roubado pelos bandidos. Foi uma alegria presenciar o momento em que Osvaldinho, sua esposa e sua filha se encontraram com o empresário para receber o generoso presente.

Alegrai-vos, existem bons samaritanos entre nós!