Imagem ilustrativa da imagem O Cardeal da Esperança
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O cardeal Robert Sarah é um dos maiores nomes da Igreja Católica em nosso tempo. Nascido numa remota aldeia africana, ele se tornou em 1978 o mais jovem arcebispo do mundo. Criado cardeal por Bento XVI e nomeado pelo Papa Francisco como prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, o eminente religioso guineano dá um verdadeiro curso de esperança a todos os cristãos no livro “Deus ou Nada”, publicado pela Fons Sapientiae. Destaco aqui algumas reflexões preciosas nestes dias em que a nossa amada Igreja vive sérias turbulências:

“O homem não é grande a não ser quando está de joelhos diante de Deus.”

“Constatei quanto a Guiné pôde sofrer com um regime ditatorial que não lhe oferecia nenhuma perspectiva. A mentira e a violência eram as armas privilegiadas de um sistema que repousava sobre uma ideologia marxista destruidora.”

“Compreendi que a revolução do Partido-Estado destruía literalmente todos os pilares do país. A escola, especialmente, estava numa situação de caos; só valia a difusão da propaganda oficial, inspirada no marxismo-leninismo soviético. (...) Vi também quanto o comunismo podia ser nefasto às famílias. Muitas vezes, no mesmo lar, existia o medo do que um dos cônjuges podia fazer. As crianças escapavam literalmente da educação dos pais.”

“A caridade é o serviço do homem, mas não é possível servir à humanidade sem lhe falar de Deus. Nisso, a Igreja nunca será como as organizações humanitárias, frequentemente guiadas e dominadas por ideologias.”

“Não, o celibato dos sacerdotes não é responsável pela penúria de vocações. A ordenação de homens casados seria um triste chamariz, uma ilusão, uma facilidade confusa.”

“Em nome da verdade, devemos proclamar e anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, a todas as nações. Esse anúncio não é de maneira alguma um obstáculo ao diálogo entre as diferentes religiões.”

“Devemos ser precisos na escolha das palavras. A linguagem da ONU e de suas agências não é aquela da Igreja de Cristo. O Filho de Deus não veio falar aos pobres com slogans ideológicos!”

“Quando compreendi as origens marxistas de alguns defensores da Teologia da Libertação, imediatamente tomei distância dela. Pretender ajudar aqueles que estão na miséria, sem promover a sua liberdade e sua responsabilidade, não é senão acentuar a aflição das pessoas.”

“Muitos sacerdotes não consagram a Deus senão um pequeno tempo durante o dia, porque estão afogados no que eu chamaria de heresia do ativismo.”

“O espírito ideológico é o contrário do espírito evangélico. Por isso, os sacerdotes que escolhem seguir ou propagar ideias políticas fazem necessariamente um caminho falso, sacralizando o que não deve ser sacralizado.”

“A Igreja trairia Jesus caso se comprometesse ativamente na vida política.”

“O verdadeiro tesouro é nossa amizade com Deus. Sem um sacerdócio segundo o coração de Deus, limpo das modas humanas, a Igreja não tem futuro.”

“No término de um caminho sem Deus, não há senão a infelicidade de uma criança privada de seus pais. Sim, a esperança reside somente em Deus.”