A indústria e o agronegócio fizeram do Paraná o terceiro Estado do país em número de trabalhadores estrangeiros com carteira assinada. São 13,8 mil pessoas que encontram por aqui oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. À frente do Paraná estão São Paulo (43,1 mil) e Santa Catarina (14,3 mil). Os números foram levantados pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) com base na Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego. A força da agroindústria é comprovada na abertura de postos de trabalho quando se leva em consideração que três das oito cidades com maior número de trabalhadores estrangeiros são fortes pela produção granjeira. A segunda colocada é Cascavel (1,3 mil), a quinta é Toledo (581) e a sétima, Marechal Cândido Rondon (399). Londrina, apesar de ser a segunda cidade do Estado em população, é apenas a oitava em número de registrados, com 384. Completam a lista dos principais destinos a capital (3,4 mil), Foz do Iguaçu (1,2 mil), Maringá (762) e São José dos Pinhais (514).Os aspectos geográficos do nosso Estado ajudam a explicar a posição no ranking, segundo a análise do presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior, principalmente por conta da proximidade com a fronteira do Paraguai e da Argentina. Suzuki também lembra que o Paraná recebeu muitos imigrantes transferidos com a abertura de filiais das multinacionais em que trabalham. É o caso do contingente de trabalhadores registrados entre 2010 e 2016, como japoneses (de 121 para 221), italianos (89 para 149), espanhóis (56 para 114) e chineses (91 para 159). Mas nesse período foram os haitianos que mais obtiveram empregos registrados. Foram 4.847 pessoas, ou 45% do total. Boa parte dos haitianos está no chão de fábrica, incluindo muita gente com graduação, mas que não conseguiram se colocar na área de formação. O presidente do Ipardes explica que não tem fundamento a teoria de que os imigrantes ocupam vagas que deveriam ser de brasileiros. Isso porque o Brasil entrou em um movimento de transição demográfica, com a redução da natalidade e o envelhecimento da população. A longo prazo, a incorporação da mão de obra estrangeira ajudará no crescimento econômico nas próximas décadas. Mais importante é lembrar que o Brasil segue uma política de acolhimento humanitário a imigrantes que chegam no país, principalmente aquelas que fogem da miséria e de conflitos.