As ocupações nas escolas estaduais paranaenses completam hoje 17 dias e há expectativa que governo do Estado e representantes dos estudantes que encabeçam o movimento se encontrem nesta quarta-feira para negociar. Até ontem eram 642 escolas ocupadas no Estado, sendo 31 em Londrina. O momento é delicado e agravado com a greve de setores do funcionalismo público paranaense, entre eles, os professores das escolas estaduais. Enquanto os estudantes secundaristas protestam contra a reforma do ensino médio conduzida pelo governo federal, os servidores cobram a retirada de emenda apresentada à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Assembleia Legislativa. A emenda suspende o pagamento de reposição salarial ao funcionalismo e congela os salários dos servidores. O governador Beto Richa(PSDB) disse que não pode pagar a data-base, em janeiro, sob o risco de o Estado entrar em colapso financeiro. Todos esses problemas estarão na mesa de discussão, marcada para acontecer hoje à tarde. Ontem, em Brasília, o governador e a secretária de Estado da Educação, Ana Seres, entregaram ao ministro da Educação, Mendonça Filho, o resultado dos seminários que debateram com a comunidade escolar a proposta do presidente Michel Temer (PMDB) para a reforma do ensino médio. Como era esperado, a maioria dos paranaenses participantes dos seminários (85%) criticaram a forma como a mudança está sendo conduzida pelo governo federal, ou seja, por meio de medida provisória. O fato que o ensino médio precisa mudar para melhorar é consenso e esse sentimento certamente está presente entre os jovens que ocupam os estabelecimentos de ensino. Um dos pontos mais criticados na medida provisória é a redução do currículo, com educação física e artes aparecendo como disciplinas não obrigatórias. O debate é necessário e o Ministério da Educação precisa ouvir professores, gestores de escolas, estudantes e familiares. Mas o problema das ocupações pede uma solução urgente, pois a situação fica ainda mais preocupante com a aproximação dos vestibulares da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da prova do Enem, momento em que os jovens precisam muito da escola e dos seus professores.