Um enredo de filme já bem conhecido. O jovem artista em ascensão que entra no mundo do crime e acaba preso, interrompendo uma carreira com toda chance de sucesso. Foi uma situação semelhante que revelou a Operação Sem Filtro, deflagrada nessa quarta-feira (20) pelo Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos), da Polícia Civil do Paraná. A operação resultou na prisão de 13 pessoas, entre elas o cantor sertanejo Rafael Frare de Siqueira, da dupla londrinense Fabio e Rafael. O artista é acusado pela polícia de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e de fabricação de cigarros falsificados. A quadrilha desbaratada pelo Nurce seria liderada pelo pai do cantor, Clodoaldo José de Siqueira, que também foi preso. Pesa contra eles também outra séria acusação, de submeter trabalhadores paraguaios a situação análoga à escravidão. A polícia realizou ações no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Clodoaldo seria o dono de duas fábricas de cigarros ilegais instaladas na zona rural do interior de Minas Gerais, em locais escondidos onde não há sequer acesso a telefones celulares. A polícia "seguiu o dinheiro" e descobriu que os acusados gastavam mais do que os rendimentos declarados oficialmente permitiam. Não é de agora que chama atenção a venda de produtos piratas no Brasil. O problema é antigo e causa muito prejuízo ao país. Grandes cidades têm seus paraísos comerciais de venda de falsificações. Os preços bem abaixo do praticado no mercado formal atrai consumidores de todo tipo. Qualquer espécie de falsificação é crime e quem compra também desafia a lei e arrisca a vida ao usar produtos de baixa qualidade e totalmente fora dos padrões técnicos determinados. Por se tratar de cigarro falsificado, um risco ainda maior à segurança e à saúde.