Há 10 anos entrava em vigor no Brasil a lei que implantou o ensino fundamental de nove anos. Os resultados dessa mudança já são percebidos por educadores, como revela um estudo promovido pelo movimento Todos Pela Educação. Segundo a pesquisa, a medida foi responsável pelo aumento de 11% para 14% na proficiência média dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental na Prova Brasil. Em Londrina, onde as primeiras turmas foram implantadas em 2009, o êxito da medida fica expresso principalmente no aumento da nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e na queda das taxas de reprovação no 2º ano, quando termina o primeiro ciclo de alfabetização. A percepção dos profissionais que lidam diretamente com os alunos nas escolas municipais é que as crianças têm chegado melhor preparadas ao 5º ano. Isso significa que elas estão mais qualificadas para enfrentar o segundo ciclo do fundamental.
O estudo observou que as escolas brasileiras cujos alunos se encontravam efetivamente no modelo de nove anos e tinham cinco anos de escolaridade no momento da aplicação da Prova Brasil tiveram aumento de proficiência de 20 pontos em matemática e 18,6 em português entre 2007 e 2011. Já os alunos que continuaram no modelo de quatro anos apresentaram um aumento de 14,1 pontos em matemática e 12,3, em língua portuguesa. Por fim, as escolas que já trabalhavam no modelo de cinco anos em 2007 obtiveram 21,7 pontos em matemática e 18,5, em língua portuguesa. Mesmo passados 10 anos, a alteração ainda causa confusão nas famílias, pois o objetivo da mudança foi incluir um ano a mais no início do fundamental e não no final. Com isso, todas as crianças têm condições de desenvolver a chamada prontidão para a alfabetização. A ampliação do ensino fundamental para nove anos foi muito importante para a qualidade da educação brasileira. Mas é preciso ainda mais e uma das saídas apontadas por especialistas passa pelo investimento na formação dos professores.