Moeda americana tem dia de recuperação
O dólar subiu com força ante o real nesta quinta-feira (17) - tocando os R$ 3,18 - em meio a uma aversão ao risco generalizada ao redor do mundo depois do atentado terrorista em Barcelona que matou ao menos 12 pessoas. No mercado à vista, o dólar terminou em alta de 0,94%, aos R$ 3,1769. O giro financeiro somou US$ 792 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1568 (+0,30%) e, na máxima, aos R$ 3,1819 (+1,10%). No mercado futuro, o dólar para setembro subiu 0,68%, aos R$ 3,1845. O volume financeiro movimentado somou US$ 14,46 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1660 (+0,09%) a R$ 3,1915 (+0,90%).

Depois de quatro altas, Bolsa fecha em baixa
O cenário internacional adverso não deu chance ao mercado brasileiro de ações, que cedeu nesta quinta-feira, 17, a uma correção após quatro pregões consecutivos de alta. Dúvidas sobre a governabilidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criaram um movimento de aversão a ativos de risco, que rapidamente se tornou global. Ao final do pregão, o Índice Bovespa teve queda de 0,90%, aos 67.976,79 pontos, depois de ter cedido até 1,06%. Os negócios somaram R$ 7,5 bilhões. A queda do Ibovespa foi determinada principalmente por blue chips como Vale e bancos, que caíram em bloco. Vale ON teve queda de 1,67%.

Juros futuros acompanharam alta do dólar
Os juros futuros fecharam em alta firme a sessão regular tendo renovado máximas ao longo da tarde, refletindo a piora da aversão ao risco após a notícia do atentado terrorista em Barcelona. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 (252.705 contratos) fechou em 8,13%, de 8,05% no ajuste de ontem; a taxa do DI para janeiro de 2020 (195.505 contratos) subiu de 8,78% para 8,91%; a taxa do DI para janeiro de 2021 (291.250 contratos) encerrou a 9,52%, de 9,37%. As taxas futuras no Brasil já subiam desde a parte da manhã, acompanhando o avanço do dólar e a cautela no exterior, em meio às dúvidas sobre a governabilidade do presidente dos EUA, Donald Trump.

Leilão de títulos prefixados influencia sessão
Internamente, o leilão de títulos prefixados e o desconforto com o quadro fiscal também pesaram. Depois da piora nas previsões de déficit primário para os próximos anos, cresceu a percepção da importância da aprovação da reforma da Previdência e da TLP (Taxa de Longo Prazo). Mas o mercado teme que o presidente Michel Temer já tenha esgotado seu capital político para negociar com os parlamentares para barrar a denúncia apresentada contra ele na Câmara. Já o Tesouro vendeu integralmente os lotes de 8,5 milhões de LTN e de 2 milhões de NTN-F em leilões e que costumam pressionar os juros, em razão das operações de proteção dos investidores contra o risco prefixados.