Ibovespa termina sessão com 8,8% de queda aos 61.597 pontos
O conteúdo explosivo da delação do empresário Joesley Batista teve efeitos drásticos sobre o mercado de ações, que viu ressurgir a figura do "circuit breaker", mecanismo de defesa contra oscilações demasiadamente bruscas. Logo no início dos negócios, uma onda de operações de zeragem de posições levou o Índice Bovespa a cair até 10,70%, levando à interrupção das operações por 30 minutos. Com o fim das correções, a queda se desacelerou e o Ibovespa terminou o dia aos 61.597,05 pontos, em queda de 5.943,20 pontos ou 8,8% - a maior em um único dia desde 22 de outubro de 2008, última vez em que o circuit breaker havia sido acionado. O volume de negócios somou R$ 24,8 bilhões.

Só ações de exportadoras fecharam o dia em alta
As quedas foram generalizadas na Bolsa, só poupando ações de empresas exportadoras, que refletiram a alta de 8,07% do dólar ante o real. Fibria ON (+11,48%) e Suzano PNA (+9,86%) foram as principais altas do Ibovespa. Vale ON e PNA subiram 0,07% e 0,39%, respectivamente, também refletindo a alta do dólar. As ações de empresas estatais, que refletem em grande parte o risco político, se destacaram em queda. Banco do Brasil ON caiu 19,91%, enquanto Eletrobras ON perdeu 20,97%. As ações da Petrobras perderam 11,37% (ON) e 15,76% (PN). Com o resultado desta quinta-feira, o Ibovespa anulou todos os ganhos de maio e passa a contabilizar perda de 5,82% em maio e uma alta de 2,27% em 2017.

Dólar teve sua terceira maior alta da história
O dólar marcou a terceira maior alta da história ante o real, perdendo apenas para os dois episódios registrados durante a maxidesvalorização vista em janeiro de 1999, quando o Brasil abandonou o regime de bandas cambiais. O dólar à vista no balcão subiu 8,07%, fechando a R$ 3,3868, o maior nível desde 16 de dezembro do ano passado. O giro registrado pela clearing de câmbio da B3 foi de US$ 2,056 bilhões, bastante forte para a média recente. O dólar futuro para junho avançava 7,42% por volta das 17h15, a R$ 3,3805. O volume de negócios era de US$ 30,195 bilhões.

Contrato de DI para julho ficam em 10,76%
O mercado de juros fechou com a maioria das taxas nos limites de oscilação máxima, que foram ampliados excepcionalmente nesta quinta-feira. Durante a tarde, algumas taxas até chegaram a, brevemente, sair das máximas, em linha com a redução de pressão vista na Bolsa e no dólar. Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (679.455 contratos) fechou em 10,760%, de 10,361% no ajuste de quarta-feira, 17. O DI janeiro de 2018 (296.905 contratos) encerrou na máxima de 10,075%, de 8,975% no ajuste de ontem. A taxa do DI janeiro de 2019 (330.030 contratos), também no limite de alta, terminou em 10,41%, de 8,81%. Nos longos, a taxa do DI janeiro de 2021 (147.665 contratos) fechou na máxima de 11,39%, de 9,59%.