Tranquilidade
O cenário externo um pouco mais tranquilo abriu espaço para a Bovespa voltar a subir, puxada por ações do setor de construção e bancos, que reagem à expectativa de mais um corte na taxa Selic, mas com baixo volume de negócios. Petrobras e Vale fizeram pressão contrária e terminaram em queda.
Ibovespa
O Ibovespa encerrou ontem com ganho de 0,51%, aos 58.406,40 pontos. Com isso, a Bolsa elevou os ganhos no mês para 4,12% e, no ano, para 2,91%. Na mínima, o índice atingiu 57.976 pontos (-0,23%) e, na máxima, 58.745 pontos (+1,09%). O giro financeiro ficou abaixo dos R$ 5 bilhões (R$ 4,956 bilhões) pelo segundo dia seguido, mostrando que os investidores estão pouco dispostos a montarem novas posições antes do discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, em Jackson Hole, na sexta-feira.
Mercado
Um experiente profissional observou que o mercado vai continuar na toada de operações no intraday. ''O investidor não está disposto a colocar dinheiro novo nos negócios enquanto não sair nada de concreto sobre EUA, Europa e China'', disse.
Curto prazo
No curto prazo, a mercado trabalha com a expectativa de que o Fed pode anunciar uma nova rodada de afrouxamento quantitativo em Jackson Hole. Isto porque, no encontro de 2010, Bernanke sinalizou sobre o QE2. ''Se não sair nada, (a Bolsa) vai dar uma afundada violenta. Se sair alguma coisa, tem alta momentânea, porque logo o investidor vai se voltar para o mercado doméstico'', avaliou o gerente de mesa de renda variável da Hcommcor, Ariovaldo Santos.
Expectativa
Entre as empresas que compõem o Ibovespa, as construtoras subiram em sua maioria, amparadas na possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir a taxa básica em 0,50 ponto porcentual, para 7,5% ao ano. Para se ter uma ideia, o índice imobiliário subiu ontem 2,30%, bem acima do Ibovespa. Entre as empresas do setor, PDG e Cyrela figuraram entre os destaques de alta do índice, com ganhos de 4,65% e 3,60%, respectivamente.
Bancos
No setor financeiro, que também é beneficiado pela queda do juro, Bradesco
subiu 1,09% e Banco do Brasil, +2,21%. Já as units do Santander registraram queda de 1,61% e a ação PN do Itaú Unibanco ficou estável. Entre as blue chips, Petrobras ON caiu 0,45% e PN, -0,14%. Já Vale PN perdeu 0,24% e PNA, -0,03%.
Dow Jones
Nos EUA, os indicadores divulgados ontem deram sinais opostos sobre a economia norte-americana, o que acabou gerando volatilidade nas bolsas. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,17%, o S&P 500 recuou 0,08% e o Nasdaq subiu 0,13%.
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam sem tendência definida ontem. A Bolsa de Hong Kong terminou estável, em linha com a maioria de sua sessão. Os investidores andaram de lado, à espera das declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, na sexta-feira. O Hang Seng subiu apenas 13,13 pontos e terminou aos 19.811,80 pontos.
Câmbio
A expectativa de que o Banco Central não role os contratos de swap cambial que vencem no próximo dia 3 de setembro, num montante superior a US$ 4 bilhões, pressionou o dólar para cima no pregão de ontem, na contramão do comportamento que a moeda norte-americana adotou no exterior. Com isso, a cotação do mercado à vista de balcão no final da sessão era de R$ 2,043, voltando aos mesmos níveis em que se encontrava na virada de julho para este mês, quando o BC liquidou outros US$ 4,5 bilhões em derivativos.
Euro
No exterior, o euro valia US$ 1,2569 perto das 17 horas de ontem, ante US$ 1,2500 no final da tarde de anteontem, em Nova York.
Juros
Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (445.200 contratos) estava em 7,26%, de 7,29% no ajuste. Já a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (276.815 contratos) marcava mínima de 7,82%, ante 7,89% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (28.250 contratos) indicava 9,17%, de 9,22% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021, com giro de apenas 705 contratos, apontava 9,77%, de 9,80% no ajuste.