Vai e vem da Lava Jato
Algumas decisões do juiz Sérgio Moro caíram no TRF4 como a de Gim Argelo, isso é tiveram as penas reduzidas, outras ampliadas como a do tesoureiro do PT, João Vaccari, para 24 anos, logo ele que teve uma das sentenças transformada em absolvição por falta de provas, isso é as delações foram tidas como insubsistentes para ratificá-la.

De outro lado, Sérgio Moro marcou para fevereiro de 2018 a audiência do ex-presidente Lula no episódio do sítio de Atibaia. Ainda sobre Lula, em relação aos inúmeros processos a que responde, seus advogados apresentaram as razões finais no caso de Cerveró para provar a inexistência de obstrução judicial, o fato é que não há, como anteriormente, a linearidade da aprovação pelo TRF4 das decisões prolatadas por Moro.

Uma nova contingência – e isso num momento em que a operação é olhada por uma perspectiva mais crítica e de aberta revisão - parece influir nas decisões e de tal modo que se torna difícil prevê-la em seus próximos resultados. Um mínimo de mistério e um máximo de expectativa marcam melhor o ambiente judicial.

Reforma trabalhista
O caráter multifacetado na reforma trabalhista mostra que a linha de argumentos dos que a sustentam é mais consistente dos que lhe negam qualquer valor. É verdade que a CLT estava mumificada e duramente detratada pelos liberais que a enxergavam com um fator inibitório. Mas é de assustar o silêncio cúmplice das nossas centrais sindicais destituídas de um mínimo de doutrina para o debate. E volta e meia defensores da reforma pisam na bola como se deu com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Filho, que declarou em entrevista nacional admitir "que para garantia de emprego, tenho que reduzir um pouquinho, flexibilizar um pouquinho os direitos sociais" e que jamais se conseguirá combater a tragédia do desemprego "só aumentando direitos". Tudo isso dito menos de uma semana da vigência da tão badalada reforma que se valeu da longa pregação contra o "entulho trabalhista" e a raiz fascista da "Carta del Lavoro", de Benito Mussolini, tocada por Getúlio Vargas.

Bebum
Segundo o delegado de Trânsito, que ouviu o causador do acidente na Linha Verde Sul que provocou a morte de cinco pessoas com dois carros incendiados, estava alcoolizado, o que não admitiu em depoimento.

Nacionalismo
O nosso senador Roberto Requião, um dos últimos cultores do nacionalismo, deve estar vibrando com a entrevista ontem na "Folha de S.Paulo" do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, enrolado nas apurações de Angra 3, condenado a 43 anos de prisão como ex-presidente da Eletronuclear na Lava Jato, ao atribuir a interesse internacional na sua prisão e no papel geopolítico do Brasil, caso persistisse na credenciação nuclear. Diz que seu viés nacionalista pesou na carga que sofreu. No meio das declarações, cita o caso da Coreia do Norte, que se credenciou como potência nuclear, para mostrar a relevância de qualquer avanço, por mínimo que seja, nessa área tecnológica.

China aqui também
De seis aquisições do ano passado para dezessete em 2017, a China deve investir pesadamente no Brasil em 2018, segundo consultoras especializadas. No Paraná, empresa do agronegócio foi absorvida por grupo chinês e o Terminal de Contêineres de Paranaguá já está nas mãos deles. Ainda é tímida essa participação que rendeu até outubro R$ 35,3 bilhões. Cenário das reformas facilitará ainda mais essa presença, conforme analistas, isso sem considerar as melhoras já sinalizadas na economia.

Gleisi apela
A senadora Gleisi Hoffmann está com um papel de primeira ordem como presidente do PT e porta-voz do ex-presidente Lula. Mas pelo jeito não há reciprocidade de tratamento entre eles e Lula insiste, até por ver enormes possibilidades de vitória, na candidatura dela ao Senado quando sua pretensão é disputar a Câmara Federal, o que lhe asseguraria, com alguma facilidade, o foro privilegiado nos inúmeros processos que irá responder. Roberto Requião é interessado nessa fórmula, pois faria dobradinha ideológica numa eleição que não terá essa característica, posto que deva sofrer representação nacional do PMDB (não será a primeira, pois houve aquela em que lançou o "Disk, Quércia" e foi até expulso) pela dissidência aberta que vem promovendo inclusive contra o presidente Michel Temer. Gleisi, no protagonismo de presidente do PT, produziu um vídeo para fazer uma "vaquinha" no sentido de levantar grana para a campanha de Lula que pode, como a de Bolsonaro, configurar antecipação, cuja ilegalidade pode vir a ser declarada nos dois casos se requerida em juízo.

Folclore
Políticos da cúpula tentaram fazer uma aproximação entre o jornalista Cândido Gomes Chagas, da "Paraná em Páginas", com o seu adversário preferencial Jaime Lerner. Candinho, sentindo-se por cima, fazia tantas exigências entre as quais a visita do prefeito à sua revista que Ney Braga, colocado no centro das negociações, perdeu a paciência. Lerner tentava não mostrar queixa pelas campanhas do jornalista, a quem chamava de meu inimigo de estimação.