Tudo dominado
Últimas ações do governo federal tentam dar a impressão do "tudo dominado" com a designação do senador Edison Lobão como chefe da CCJ depois das que decidiram a presidência das duas casas do Congresso. Só contaminados da Lava Jato é que podem ser acolhidos como fator fundamental, quase uma espécie de batismo, e com isso põe-se em xeque as investigações e futuras decisões da Justiça. De seu lado, a Justiça no cabo de guerra barra a nomeação de Moreira Franco para a Secretaria Geral da Presidência entendida como tentativa de blindagem nas investigações.
O que parece ousadia na verdade é ação defensiva de Michel Temer no papel de defensor-mor da classe política já que é um traço comum, entre eles, o de serem alvos judiciais. O ponto alto de tudo isso é a nomeação de Alexandre de Moraes, cuja biografia como jurista está sendo severamente contestada até em suas obras com insinuação de plágio. A propósito o chargista paranaense Bennet sacou uma genial de sua sabatina no Senado resumida à interpelação: "Na verdade, só temos uma pergunta: quando seremos absolvidos?´´.
Como a maioria da fauna está aparentemente envolvida há, portanto, uma base segura para um revide no campo adequado, o da política, e com a possível designação de um ministro da Justiça que faça aquilo que o PT queria num controle rígido das ações da Polícia Federal, o que o ministro Cardozo se recusava a fazer, respeitando a autonomia funcional da instituição.
Uma sequência inevitável de atritos e que, no final, mostrarão se o país está suficientemente maduro para um salto institucional que o coloque no primeiro mundo da democracia.

Cerveja
Há o debate aberto em torno da cerveja nos estádios colocado pelo líder do governo, Luiz Claudio Romanelli; outros, como o Missionário Ricardo Arruda, já pleiteiam restrições que alcancem as imediações das praças de esporte. Outro dia num amistoso na Arena da Baixada houve um teste de liberação, muito bem recebido, como já havia ocorrido na Copa do Mundo em função normal do fato de a soberania do país e de suas leis e regramentos terem sido submetidos à Fifa e por ela derrogados.
No momento em que são colocadas em xeque a vitalidade e firmeza das instituições, há essa subversão de prioridades. Por isso, é que cresce o horror à política, como se viu nas últimas eleições municipais com o generalizado absenteísmo.

Paolich
O júri dos assassinos de Luis Antonio Paolich, vários anos o homem forte das finanças de Maringá, mexe com a memória da região e o papel de liderança que exerceu apontado como um gênio da contabilidade pública até mesmo por técnicos do Tribunal de Contas e que, na verdade, comandava operações fraudulentas nas quais foi apanhado e condenado.

Crise
A despeito dos recursos que angariou recentemente, a crise do Hospital Evangélico de Curitiba, o mais importante depois do Hospital de Clínicas no atendimento do SUS, persiste e há falta de insumos e matéria prima. Programaram para a próxima semana a constituição da Sociedade de Amigos do Evangélico que se pretende que venha a ter a eficiência da congênere que ajuda o Hospital de Clínicas.

Manifestação
Novamente ontem houve na capital manifestação contra a alta das tarifas de ônibus agora na Praça Santos Andrade. O pedido de processamento da PM pelo Ministério Público a pretexto de excessos na repressão fez lembrar que até hoje o caso do massacre do Centro Cívico não teve solução, indicando que nem sempre a via judicial dá retorno satisfatório. Daí estarem os que organizam esses protestos pretendendo maior contato com vereadores que já pediram a reabertura das investigações da CPI.
Enquanto o público protestava numa praça, em outra, justamente a que detém maior concentração de ônibus, a Rui Barbosa, Rafael Greca e seus assessores procediam a lavagem das suas calçadas numa reprise do havido na rua das Flores. Haja fatos e factoides.

Camargo
Apesar da decisão que o afasta da condição de conselheiro do Tribunal de Contas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, Fábio Camargo continua normalmente desempenhando suas funções, inclusive a de Corregedor, beneficiado, segundo seu gabinete, por uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal.

Folclore
Denúncia contra Alexandre de Moraes de que teria cometido plágio, o que não é pacífico entre especialistas, lembrou caso semelhante no Paraná com o professor Ulysses de Mello e Silva da cadeira de Introdução à Ciência do Direito da Universidade Federal do Paraná feita por um concorrente e aceita formalmente pela congregação. Era um dos ídolos dos alunos e falhou ao não fazer as remissões de ordem bibliográfica em sua tese e ao não colocá-las entre aspas.