No ventilador
Últimos informes da delação da Lava Jato prometem muito mais do que se esperava: uma radiografia da corrupção sistêmica do Brasil não apenas na Petrobras, alcançando áreas dos transportes, da energia e saneamento. Dá para lembrar do primeiro planejamento do País denominado Salte (saúde, educação, alimentação, transporte e energia), apontados como indicadores básicos do desenvolvimento. Pois a delação pega isso tudo e muito mais.
Tem tudo da dispersão que a corrupção assumiu no cenário nacional, cuja onipresença, além de expor o nível de apodrecimento moral do Brasil, revela que ela ganhou as raízes profundas de uma metástase. Agora mais um problema para os julgadores: fatia-se a operação como se fez, lá atrás, com o caso do ex-ministro Paulo Bernardo, que tratava da Caixa Econômica e o programa de empréstimo consignado e fugia ao campo da Petrobras ou, ao revés, deixa-se tudo em Curitiba. É coisa no ventilador para ninguém botar defeito.

Paranoia justificável
Em Ibiporã, o arremesso de banana de dinamite na Delegacia Regional de Polícia provocou, de cara, transferência de presos e, no complexo penitenciário de Piraquara, foi descoberto imenso túnel para provável fuga. Diante do que está acontecendo no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte, onde tivemos novas escaramuças, tudo gera pânico pela circunstância dessa proximidade imediata com o maior dos problemas nacionais.
Como se vê, a cada momento se percebe a evolução nas técnicas de rebelião e de fuga da parte dos presidiários, enquanto tudo que expressa governo caminha na areia movediça do espanto e de notória perplexidade.

Reação
Além das ações em andamento contra o bloqueio ao reajuste dos servidores, uma nova está no Supremo Tribunal Federal, a da Confederação Brasileira dos policiais civis. Único argumento a favorecer o governo estadual é a situação de caos fiscal como as do Rio, Minas e Rio Grande do Sul por expressar uma conjuntura comum que levou aquelas unidades a decretar estado de calamidade, como anunciam também municípios que não têm como pagar o 13º e outras obrigações.
Se houver concessão, ainda que beneficie apenas os policiais, esboroa-se o plano de ajuste oficial, o que também pode ocorrer com uma decisão contrária no caso da mexida no fundo de pensão oficial. Aliás, aí Beto Richa e Fruet deitaram e rolaram. Esse deve cerca de R$ 300 milhões sacados e aquele toma mensalmente R$ 1,8 bi da Paranaprevidência, o que seca o seu capital em curtíssimo prazo, além de estar pagando parceladamente um empréstimo de R$ 640 milhões para driblar um dos seus apertos ainda na primeira gestão.

Infrações em alta
De 2015 a 2016, houve um crescimento de 13% nas infrações de trânsito que geraram multa, alta de 130 mil autuações. Talvez, esse pandemônio esteja influindo na decisão da prefeitura da capital de ampliar e não restringir, como pretendia inicialmente, o espaço da via calma que, na prática, reduziu sensivelmente o número de acidentes com a redução da velocidade, fator dominante das infrações na pesquisa aludida.

Coisas da rede
Patologias das redes sociais: ontem a notícia desmentida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de que estaria para ser aplicada uma taxa de R$ 300 de anualidade em cima da carteira de habilitação, anteontem, aquela outra safadeza contra a OAB Paraná sugerindo que estaria pedindo doações em favor de alguma entidade. Conviver com tudo isso é indispensável, daí a presteza das rápidas contestações pelo mesmo meio.
Já a polícia ou órgão equivalente para apurar esses abusos não têm velocidade suficiente para os desmentidos em tempo razoável quanto mais capturar os culpados. É como pichação: quanto mais combate, maior a dose de ousadia dos infratores, como se percebe em todo país.

Sem salário
Providência urgente e necessária acaba de ser tomada pelo conselheiro Durval Amaral, como presidente do Tribunal de Contas, ao lembrar aos 399 presidentes de câmaras municipais que vereador preso não pode receber salários, entendimento da Corte desde 2012. Obviamente, tal se refere aos casos de Foz do Iguaçu e de Quedas do Iguaçu. Comissões executivas em tal hipótese se caracterizariam como ordenadoras de despesa irregular.

Folclore
Apesar de ser presidente da Federação Paranaense de Futebol, o coronel médico do Exército Espiridião Feres, não conseguia deixar de expressar sua paixão pelo Atlético e num jogo do time no Couto Pereira se irritou com uma decisão que prejudicava o rubro-negro e pegou o seu guarda-chuva na direção do bandeirinha. O objeto, como se lançado por arremessador de dardo, fez uma curva e cravou na grama. Em seguida, a chuva voltou e Espiridião, nervoso, pediu ao gandula que lhe devolvesse o objeto. Outro coronel, Rubens Passerino, também foi aprontador como o mais saudoso de todos, Manoel Aranha.