ZR3: juiz autoriza viagem
O juiz da 2ª Vara Criminal de Londrina, Delcio Miranda da Rocha, autorizou nessa segunda (29) o empresário Homero Wagner Fronja a ausentar-se de Londrina de hoje (30) até quinta-feira (1º). Ele é investigado com mais dez pessoas na Operação ZR3, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que apura possíveis pagamentos indevidos a agentes públicos por empresários para alterar o zoneamento em algumas áreas da cidade.


Retorno na sexta
O retorno de Fronja está programado para sexta-feira (2). O advogado dele, Nelson Misuta Águila, não revelou o destino, mas adiantou que "será fora do Paraná. A viagem já estava programada antes mesmo do início da operação", disse. Fronja, que atua no setor de loteamentos, teria afirmado que iria "fechar negócios de compra e venda de imóveis". A respeito do conteúdo da ZR3, Águila argumentou que "ainda está estudando o caso, que é bem complexo". Com a permissão da Justiça, a expectativa é que o empresário seja interrogado pelo Gaeco só no final desta semana. Fronja não precisará retirar a tornozeleira eletrônica.

Anilha
Os três últimos investigados da Operação ZR3 foram à sede do Creslon (Centro de Reitegração Social de Londrina) para colocação da tornozeleira eletrônica. Entre eles estava a ex-presidente do Ippul Ignes Dequech que também esteve na sede do Gaeco. A visita ao órgão do MP não foi oficial, mesmo porque o Gaeco informou que o interrogatório dos envolvidos no suposto esquema deve começar entre quinta (1º) e sexta-feira (2).

Kireeff de volta
O ex-prefeito Alexandre Kireeff (Pode,) que foi ouvido oficialmente pelo Gaeco como testemunha do caso, voltou ontem à tarde ao Gaeco. Desta vez, ele procurou espontaneamente o órgão. Em mãos, Kireeff levou documentos que comprovariam que alterações feitas em um terreno da família em 2012 dele foram totalmente dentro da lei. A transação imobiliária aconteceu em 2012 e no local foi construído um condomínio residencial. "A instalação de condomínio residencial, naquela época, era perfeitamente legal", disse.

Sigilos quebrados
O juiz Décio Miranda da Rocha, da 2ª Vara Criminal de Londrina, também determinou na última semana a quebra do sigilo bancário dos 11 investigados na Operação ZR3. No ofício, foram solicitadas informações referentes a contas de depósitos, poupança, investimento, bens, direitos e valores mantidos pelos suspeitos entre 2018 e novembro de 2017. As informações devem ser repassadas ao Laboratório de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP do Paraná no prazo de 30 dias e permanecerão em segredo de Justiça. Além da quebra do sigilo bancário dos 11 investigados, duas empresas de consultoria e duas loteadoras também terão as movimentações financeiras repassadas ao órgão. Em outro ofício encaminhado à Delegacia da Receita Federal em Londrina, o juiz solicita a averiguação fiscal dos investigados, dos familiares e das empresas dos suspeitos já listadas no processo.

Ato contra corrupção
Três movimentos londrinenses que militam no combate à corrupção agendaram um protesto nesta quinta-feira (1º/02), às 14 horas, na primeira sessão da Câmara Municipal em 2018. O ato foi motivado pela Operação ZR3. Segundo o Ministério Público, os vereadores afastados Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB) participariam de um suposto esquema criminoso para alterar o zoneamento em determinadas áreas de Londrina em troca de vantagem financeira. As defesas dos parlamentares negam a acusação do MP.

'Cobrar moralidade'
O movimento é organizado pelo Direita Paraná, Marcha Londrina e Nas Ruas. Douglas Soares, um dos coordenadores, afirmou que o objetivo "é cobrar moralidade dos parlamentares. Pensávamos que a corrupção era uma página virada na Câmara, mas estávamos enganados", disse. A manifestação pede ainda a cassação dos mandatos de Takahashi e Alves.

IPTU: propostas a Belinati
A Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), SRP (Sociedade Rural do Paraná e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) subseção de Londrina encaminharam carta ao prefeito Marcelo Belinati (PP) na última semana com quatro medidas a serem adotadas após o polêmico reajuste do IPTU de 2018. Para as entidades, o aumento no tributo "criou enorme impacto à capacidade contributiva do cidadão" e as sugestões encaminhadas ao chefe do Executivo podem "mitigar o ônus atribuído ao contribuinte".

As medidas sugeridas
A primeira proposta é que um novo projeto de lei seja encaminhado ao Legislativo para alteração da lei 12.575/2017 com o objetivo de congelamento a alíquota de 0,6% do IPTU nos próximos anos. Além disso, as entidades pedem que seja "respeitado" o direito ao pagamento com desconto, com prazo mínimo de 30 dias, após a chegada do boleto ou carnê, conforme o artigo 293 do Código Tributário Municipal. As entidades também sugerem que o desconto para pagamento à vista seja elevado para 20%. Outra medida seria a limitação do reajuste a 100% em relação ao exercício anterior.