Cidadão londrinense
O diretor da Clínica Odontológica Universitária da UEL (Universidade Estadual de Londrina), professor José Roberto Pinto, será homenageado nesta sexta-feira (15) com o título de Cidadão Honorário de Londrina. A proposta é do vereador Péricles Deliberador (PSC) em razão do empenho de Pinto por mais de uma década na elaboração dos projetos e acompanhamento das obras do novo prédio da COU. A sessão solene será realizada, a partir das 20 horas, na Câmara de Vereadores.

E o bambu?
Na sessão em que rejeitou, na quarta (13), o pedido de suspeição de Rodrigo Janot em inquéritos contra o presidente Michel Temer, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) tentaram decifrar a mais famosa citação do procurador-geral da República, "enquanto houver bambu, lá vai flecha". Para a defesa do presidente, o alvo das flechadas era claro: o peemedebista, por quem Janot demonstrava "inimizade capital", portanto, estaria incapacitado de investigá-lo. A frase, dizem os advogados, foi um excesso do procurador-geral e um dos argumentos da ação. "Flechadas... Não são expressões consentâneas com um procurador-geral", criticou Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer.

Figura de linguagem
O ministro Luiz Fux, porém, não viu personalismo nas palavras do chefe do Ministério Público Federal: "Se em algum momento utilizou alguma expressão um pouco mais inusitada, ela foi endereçada a outros investigados. O presidente da República não foi alvo exclusivo do procurador-geral da República". As flechadas não passam de figura de linguagem, disse Edson Fachin, relator da ação no Supremo. E, ainda que pudessem ser criticadas, não foram palavras acima do tom. "Ele se referia à investigação de autoridades com prerrogativa de foro privilegiado", argumentou o ministro.

Sobre bambus e flechas
Representando Janot no julgamento, o subprocurador da República Nicolao Dino foi mais objetivo em sua consideração sobre bambus e flechas: "A expressão de 'lançar flecha' nada mais significa que o procurador-geral exercerá seu mandato até o fim, manejando os instrumentos processuais que a lei lhe confere", disse Dino. Janot fica no cargo até o próximo domingo (17).

Quem é dissimulado?
A defesa do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci reagiu às críticas feitas pelo ex-presidente Lula nessa quarta-feira (13) durante depoimento ao juiz Sérgio Moro. Na ocasião, Lula chamou Palocci de "calculista", "frio" e "simulador". "Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade", disse. "Fiquei muito preocupado com a delação do Palocci, porque ele poderia ter falado 'eu fiz isso de errado, eu fiz isso'. Ele, espertamente, disse, 'não é que eu sou santo' e pau no Lula. 'Não é que eu sou santo', que é um jeito de você conquistar veracidade na tua frase. Eu fiquei com pena disso."

Rompeu o silêncio
Na semana passada, Palocci rompeu o silêncio e, também em depoimento a Moro, entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimento com o que chamou de "pacto de sangue" com a empreiteira Odebrecht que previa repasse de R$ 300 milhões para o governo petista e para Lula.

De inteligente a mentiroso
O advogado Adriano Bretas, que defende Palocci, titular da Fazenda e da Casa Civil, respectivamente, nos governos Lula e Dilma, chamou o ex-presidente de "dissimulado". Segundo Bretas, "Lula muda os adjetivos com relação às pessoas à mercê da conveniência dele". "Enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligente, virtuoso. Agora que ele começou a falar a verdade, passou a ser tido e havido como uma pessoa calculista, dissimulada. Dissimulado é ele (Lula) que nega tudo aquilo que lhe contraria", afirmou Bretas. "Quando os documentos são apresentados perante ele (Lula), os documentos são falsos. Quando as provas são apresentadas perante ele, as provas são mentirosas", disse o advogado.