Além da vontade e da boa intenção, é fundamental que os gestores municipais tenham boas ferramentas de trabalhos para terem êxito. De alguns anos para cá, Londrina vem lutando para recuperar o desenvolvimento que a marcou por décadas e foi responsável pela construção de toda essa infraestrutura urbana de que dispomos. Há cerca de 11 anos, o Fórum Desenvolve Londrina vem dando sua contribuição para que a cidade alcance o status desejado pela população. Muitas sugestões foram colocadas em prática e bons resultados já foram colhidos.

Neste ano, o Fórum Desenvolve escolheu o tema "Cidades inteligentes", cujo trabalho está sendo entregue hoje (14/12), às autoridades e lideranças da cidade. É mais uma contribuição que poderá ser aproveitada para melhorar a qualidade de vida da população e servir de atrativo para a captação de novos empreendimentos. O conceito de Cidade inteligente é recente, mas já vem promovendo uma corrida nas cidades mais estruturadas que querem se utilizar da tecnologia e processos envolvendo a população e poder público para criar um ambiente moderno e desenvolvido. A meta é fazer com que setores como mobilidade, segurança, saúde, educação, meio ambiente, manutenção de áreas e prédios públicos e muitos outros se transformem rapidamente, oferecendo à população qualidade de vida e ao município uma economia nos gastos públicos pela racionalização dos serviços.

Cidade inteligente é um processo que inicia e nunca termina, processo em que a cidade passa a evoluir e entra num círculo virtuoso. Os resultados têm uma influência direta no comportamento das pessoas e termina por envolver toda a população. É isso que se vê em cidades como Barcelona, Amsterdam, Santiago e outras pelo mundo afora. Londrina tem grandes programas e projetos tecnológicos, culturais, sociais que têm tudo a ver com cidades inteligentes. Não temos muito que inventar, basta trabalharmos para unir as forças existentes, mostrar a necessidade desta convergência para que a cidade possa usufruir deste resultado como uma Cidade inteligente e humana.

O planejamento estratégico é um instrumento com resultados excelentes e que há muito se fala, mas que até hoje não foi feito por nenhuma administração em Londrina. É impossível uma cidade ter continuidade nos seus projetos de forma segura e correta, se não souber para onde vai. É como uma viagem sem um destino definido. Uma vez estabelecido o destino, é criar o roteiro que melhor se adapta ao projeto de viagem definido. É assim que deve ser no município, nas empresas e nas vidas das pessoas. As empresas mais estruturadas têm esse planejamento e o atualizam periodicamente.

O município, mais que as empresas e as pessoas, precisa deste instrumento, pois é de conhecimento e constitucionalmente estabelecido, a cada quatro anos escolhermos um gestor e em um período de trinta anos muitos gestores passarão, mas a cidade continuará sendo a mesma e não pode viver a cada gestão com visões muito diferentes. Imaginem como é difícil dirigir um carro sem velocímetro. O GPS é outro instrumento que veio com esse intuito, de facilitar a vida de quem dirige. O planejamento estratégico de médio e longo prazos é o GPS do gestor público e o velocímetro pode ser um painel de indicadores para medir os resultados.

Londrina precisa trabalhar para que esse planejamento seja feito no menor prazo possível. Uma cidade com um orçamento de quase R$ 2 bilhões precisa separar de R$ 2 a R$ 3 milhões para encomendar um projeto como esse. Isso vai representar 0,15% do nosso orçamento. O prefeito que tomar essa decisão vai ficar marcado como um prefeito de visão. Vamos torcer para que seja já.

ARY SUDAN é presidente do Fórum Desenvolve Londrina

■ Os ar­ti­gos de­vem con­ter da­dos do au­tor e ter no má­xi­mo 3.800 ca­rac­te­res e no mí­ni­mo 1.500 ca­rac­te­res.
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