CLÁUDIO HUMBERTO
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Reforma será ao estilo Temer: em suaves prestações
Quase todos os 17 ministros candidatos em 2018 fizeram chegar ao presidente Michel Temer o desejo de continuarem até abril, prazo para desincompatibilização. A tendência de Temer é acatar esse desejo: ele reconhece que os ministros foram leais nas crises, inclusive pagando o preço do desgaste político. E a reforma terá seu estilo: será em "suaves prestações", até a entrega das chaves dos ministérios, em abril.
Duas mudanças
Por enquanto, haverá mudança em Cidades, de onde o tucano Bruno Araújo se demitiu, e na Secretaria de Governo, um clamor dos aliados.
Inegociável
A saída do tucano Antônio Imbassahy da Secretaria de Governo é a única "faca no peito" de Temer, exigência dos partidos aliados.
Marca do pênalti
O emprego do ministro Marcos Pereira (Desenvolvimento), também está a prêmio. Ele deve sair em razão do envolvimento em denúncias.
Candidato a ficar
Aloysio Nunes defende a reforma já, mas ele é a razão para que Temer adie a mudança. O presidente quer conservá-lo chanceler até abril.
Safadeza grande na compra de aviões de combate
O bloqueio de R$ 24 milhões em contas do ex-presidente Lula e do filho Luiz Cláudio revela a convicção do Ministério Público Federal quanto ao envolvimento de ambos no tráfico de influência para a compra bilionária de aviões de combate suecos Gripen. O Brasil está pagando US$ 5,4 bilhões por 36 caças (US$ 150 milhões cada), mas a Suíça rejeitou a oferta do mesmo caça a US$ 140 milhões por cada um deles.
Grana pretíssima
O suposto superfaturamento de US$ 10 milhões em cada avião levanta a suspeita de propina próxima dos US$ 360 milhões (R$1,2 bilhão).
Vox Populi, Vox Dei
A maioria dos suíços (53,4%) rejeitou, em referendo, a compra dos caças Gripen dois anos e meio após o Brasil do PT fechar a compra.
Primeira parcela garantida
A compra dos caças Gripen custou ao Brasil R$ 1,5 bilhão apenas este ano, no pagamento das parcelas previstas no contrato.
Dilma se enrola
Após ter sido mantida a condenação do marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica Moura pelo TRF-4, aumentou o temor da defesa de Dilma no caso do propinoduto dos contratos de sondas da Petrobras.
Preconceito contra Huck
O deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, gostou do que ouviu na conversa com Luciano Huck, a quem define como um socialdemocrata, mas vê certos setores com uma visão preconceituosa sobre o apresentador. "É preciso superar isso", recomenda.
Tem bicho muito pior
Após esta coluna informar que "passam bem" os mais de 100 escorpiões encontrados na Câmara dos Deputados nos últimos dias, a hashtag #ForçaEscorpiões ganhou força nas redes sociais.
Triste papel
Após liderar um dos governos mais tristes da História, Dilma Rousseff acha pouco e continua falando mal do próprio País no exterior. Em Berlim, discutiu em evento a "parcialidade" da Justiça do Brasil.
Abuso continuado
No DF, a estatal de energia CEB, onde marajás ganham acima do teto, terá de pagar (ordem da Justiça do Trabalho) metade dos dias parados na greve selvagem que provocou mais de 3 mil apagões em cinco dias.
Fatura dos cartões
O ex-presidente Lula gastou R$102,3 milhões em 8 anos com cartões corporativos, contra R$ 95,9 milhões de Dilma em 5 anos e meio. Mas 98% dos gastos são "secretos", em razão de decreto assinado por Lula.
É aritmética, rapazes
As transmissões esportivas continuam ignorando a diferença entre matemática e aritmética, insistindo na história de que o Corinthians é "matematicamente" campeão. É aritmeticamente campeão.
Benefício para poucos
Roberto Jefferson, presidente do PTB, esclarece que contribuiu como deputado com a previdência por 24 anos, e 20 anos como profissional, e isso explica sua aposentadoria no valor de R$ 24 mil mensais.
Pergunta diante da urna
O que será pior, em 2018, um candidato a presidente inexperiente ou um experiente político querendo governar o País?
PODER SEM PUDOR
Comunista racista
Nos anos duros da ditadura, a casa de um professor universitário amigo do então deputado Sérgio Murilo (PE) foi invadida, pois os milicos a viam como um "aparelho" da esquerda. Na batida, a biblioteca foi cuidadosamente examinada em busca de literatura subversiva. Ao ler um dos títulos, "Materialismo Histórico e Materialismo Dialético", de Karl Marx, o milico que chefiava a operação descartou a apreensão:
- Esse aí não interessa. É sobre espiritismo.
O agente auxiliar mostrou outro livro, "O Vermelho e o Negro", de Stendhal.
- Ah!... Esse aí, sim! Além de comunista, é racista também!
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Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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