STF decide que, mesmo ‘legal’, doação é propina
A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), tornando réu o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), pode criar um precedente que complica políticos citados na Lava Jato e que alegam terem recebido "doações legais". Raupp recebeu doação "legal" de R$ 500 mil da empreiteira Queiroz Galvão interpretada como "propina" pelo Ministério Público Federal. Pela primeira vez, os ministros concordaram com isso. A 2ª Turma, que tornou Raupp réu, será a mesma que o julgará.

É propina
Confirmado o precedente, qualquer doação eleitoral, mesmo declarada à Justiça Eleitoral, pode ser interpretada como propina.

Propina disfarçada
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, a "doação eleitoral" de empresas fornecedoras do governo é "propina disfarçada".

O quarto réu
Valdir Raupp virou réu no STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é o quarto parlamentar réu no exercício do mandato.

Engenhosa estratégia
Em seu voto, o decano do STF Celso de Mello disse que usar a doação como propina é uma "engenhosa estratégia" para lavar dinheiro.

PEC do Parlamentarismo avança no Senado
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) será a relatora da PEC do Parlamentarismo, apresentada em 2013 pelo senador Fernando Collor (PTC-AL). Se aprovada, a proposta vai instaurar no Brasil o regime adotado em toda a Europa. Prevê um presidente no papel de chefe de Estado, mas o governo será chefiado pelo primeiro-ministro – em geral, o principal líder do partido ou coligação vitorioso em eleição direta.

Campanhas baratas
Uma grande vantagem do parlamentarismo é baratear as campanhas: o eleitor votará em listas de candidatos apresentadas pelos partidos.

Opção programática
Campanhas no parlamentarismo são baseadas em propostas. Não existe o "vote em mim", mas "vote neste programa de governo".

Voto direto
No Parlamentarismo, o presidente é eleito e terá funções de Estado, e caberá a ele nomear primeiro-ministro o líder do partido vitorioso.

Olho vivo, chanceler
Se tiver juízo, e parece que o tem, Aloysio Nunes evitará "diplomatas de gabinete". São especialistas na arte de impedir que o chanceler tome conhecimento da terrível realidade do Itamaraty e dos postos no exterior, largados ao abandono na maior parte do planeta.

Bola da vez
Cotado para concorrer à sucessão de Michel Temer em 2018, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, foi de longe o mais paparicado na cerimônia de ontem no Planalto, assediado por "papagaios de pirata".

Listão dos marajás
Assim como se faz com deputados que decidem contra interesses da população, o governo do DF expor em praça pública a lista de marajás de até R$95 mil em um mês, e que ameaçam ir à Justiça contra qualquer iniciativa que acaba com esse afano aos cofres públicos.

À francesa
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu de fininho da cerimônia de posse dupla no Planalto. Assim que Michel Temer encerrou o discurso, Maia "vazou", sem falar com ninguém.

Denúncia
Após denúncia do site Brazil Monitor, o governo recuou da decisão de retirar comércio exterior do Ministério das Relações Exteriores. O papel do Itamaraty na Camex havia sido reduzido a quase nada.

Terceirizados salvam a pátria
Leitores se queixam do péssimo atendimento da Receita Federal em Brasília. "Sistema fora do ar" é pretexto recorrente para não atender, e ninguém nunca sabe nada. Salvam a pátria dois seguranças, homem e mulher, muito cordiais. São os únicos sem estabilidade no emprego, ali.

Mesmo lado
Antes de o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) decidir reapresentar o projeto original das "Dez Medidas contra a Corrupção", seu colega Lasier Martins (RS) fez isso, no final de 2016.

Incompetência sem limites
Muito ágil para pagar salários a marajás, incluindo seu presidente, a Caesb, estatal de águas do DF, desaprendeu até a abrir e fechar torneiras. E mente ao informar que o corte de água do racionamento é por 24 horas. No Lago Norte, a água só foi religada 61 horas depois.

Pensando bem...
..."suruba" mesmo é suplente de um senador, como o de Romero Jucá, receber R$80 mil por 6 dias de mandato.

Imagem ilustrativa da imagem CLÁUDIO HUMBERTO



PODER SEM PUDOR

Amnésia suspeita
Francisco Marques Carioca, o segurança que sacou R$ 1 milhão da Skymaster, alegou súbita amnésia para indicar o paradeiro da dinheirama:
- Eu não capito.
O então deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), subrelator da CPI dos Correios, reagiu em cima da bucha, cogitando prender o desmemoriado:
- É melhor o senhor captar...

Com André Brito, Jorge Macedo e Tiago Vasconcelos