Maringá – A organização do Vestibular dos Povos Indígenas em 2017 será realizada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Durante reunião realizada nesta semana, em Maringá (Noroeste), ficaram definidas as datas de realização das provas, que estão previstas para outubro, no município de Faxinal do Céu (Centro-sul).

O vestibular está dividido em duas etapas. A primeira delas, programada para 1 de outubro, será reservada para a prova oral, quando o candidato é entrevistado por uma banca formada por dois profissionais voltados ao trabalho com a temática indígena e à diversidade étnica. No dia 2 será a vez da prova de redação e conhecimentos gerais.

Serão ofertadas 52 vagas, sendo seis para cada universidade estadual e 10 disponíveis na Universidade Federal do Paraná (UFPR). As inscrições poderão ser feitas de 30 de junho a 31 de julho. A estimativa é que tenham em torno de 600 inscritos para esta edição.

Durante a reunião, realizada nos dias 28 e 29, membros da Comissão da Universidade para Índios (Cuia) - com representantes das sete instituições estaduais e da (UFPR) - discutiram as políticas atuais de acesso e permanência dos povos indígenas.

De acordo com a vice-presidente da Cuia, Isabel Cristina Rodrigues, o grande desafio não é o processo de inclusão, mas o de permanência nas universidades, pois "os estudantes indígenas são pertencentes a diferentes etnias e diferentes modos de conceber, ver e estar no mundo. Ou seja, trazem para a universidade uma diversidade de línguas, culturas, organizações sociais, políticas, econômicas e cosmológicas próprias de suas etnias, que os não indígenas desconhecem e, muitas vezes, desvalorizam por meio de atitudes preconceituosas." Segundo ela, "é importante que os docentes estejam atentos para formas mais eficientes de transmissão de conhecimento, respeitando os valores culturais dos povos indígenas."