A Coordenadoria de Processos Seletivos da UEL (Universidade Estadual de Londrina) divulgou, nesta segunda-feira (25), a lista de obras literárias que serão exigidas no Vestibular 2025. A lista traz sete autores que já estavam na lista anterior (dos concursos 2023 e 2024) e acrescenta o álbum Cabeça Dinossauro, lançado em 1986 pelo grupo paulista Titãs, e que foi incluído na lista dos “100 Melhores Discos da Música Brasileira”, da revista Rolling Stone.

Segundo a professora Sandra Garcia, da Cops, por conta do processo de mudança no vestibular, este ano excepcionalmente serão cobradas parte das obras dos concursos anteriores, acrescendo o álbum musical. Na sexta-feira passada, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou a resolução que oficializa as mudanças que serão implantadas.

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FASE ÚNICA

O Vestibular 2025 será realizado nos dias 17 e 18 de novembro, em fase única, com dois dias de provas. Para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais, Design de Moda, Design Gráfico e Música será realizada prova de habilidades específicas, no dia 29 de setembro.

No primeiro dia, 17 de novembro, será aplicada a prova de Conhecimentos Gerais, com 60 questões de múltipla escolha, incluindo as disciplinas de Artes, Biologia, Filosofia, Física, Geografia, História, Língua Portuguesa e Literatura, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Matemática e Química.

No segundo dia (18 de novembro), os candidatos realizarão a prova de Redação e a prova discursiva de Conhecimentos Específicos, sendo duas indicadas pelos Colegiados de cada um dos 53 cursos e uma terceira de Sociologia, comum a todos. A prova de Redação terá valor de 30% do total e será composta de, no máximo, duas propostas a partir das quais os candidatos deverão produzir textos.

INGLÊS E ESPANHOL

Outra modificação aprovada é que a UEL oferecerá somente inglês e espanhol como língua estrangeira. O concurso será centralizado em Londrina. As alterações são consequência da avaliação do Processo Seletivo Vestibular e dos possíveis impactos da reforma do Ensino Médio. Para chegar à nova proposta, a Universidade instituiu um grupo de especialistas que utilizou uma metodologia que incluiu debates sobre a reforma do ensino, consulta à comunidade interna e externa e uma avaliação qualitativa sobre o atual modelo de Vestibular.

MARCO DA MÚSICA NACIONAL

Cabeça Dinossauro é considerado um marco na música nacional e traz canções icônicas, como “Bichos Escrotos”, “Família”, “Homem Primata” e a música título, “Cabeça Dinossauro”, uma crítica ácida à vida em sociedade. A faixa introdutória, feita durante uma viagem de ônibus do grupo, por sinal, foi um arroubo de inventividade: surgiu de um cântico Xingu trazido pelo vocalista Paulo Miklos ao grupo, que, em êxtase, logo encaixou – aos gritos – frases que remetessem à “Idade da Pedra” e à irracionalidade humana, como “pança de mamute” e “espírito de porco”. Tudo isso dentro de um ônibus em movimento e com um violão.

Com canções compostas por todos os oito integrantes – Tony Bellotto (guitarra), Nando Reis (baixo e voz), Charles Gavin (bateria), Paulo Miklos (voz e sax), Branco Mello (baixo e voz), Arnaldo Antunes (voz), Marcelo Fromer (guitarra) e Sérgio Britto (teclados e voz) -, Cabeça Dinossauro surgiu da inquietação após a prisão de Arnaldo e Tony Bellotto por porte de heroína. O álbum, com 13 músicas, representa, também, um momento de ruptura na carreira ao trazer uma sonoridade mais pesada ao grupo, que foi muito bem recebida pela crítica após o lançamento de “Televisão” (1985), embora as rádios resistissem em tocar canções muito críticas do álbum num primeiro momento.

O episódio da prisão foi combustível para a já crescente insatisfação dos músicos, que partiram para composições ácidas que misturavam punk, reggae e funk, embalados por letras críticas ao momento político brasileiro. O país ainda passava por uma ditadura militar que, ainda que estivesse formalmente se desmanchando, mantinha-se suficientemente forte no imaginário popular. Isso tudo fermentou a guinada pesada na sonoridade do grupo.

AMPLIAR HORIZONTES

A escolha do álbum musical para a prova, revela a coordenadora da Cops, Sandra Garcia, é uma forma de ampliar os horizontes dos estudantes na hora do concurso. “A literatura é e sempre será uma característica forte nos nossos processos seletivos. A intenção (com o álbum musical) é de ampliar o repertório do estudante com obras contemporâneas e modernas. Iniciamos neste vestibular com um álbum muito instigante que trará uma nova forma de diálogo com a literatura”, comentou.

Obras indicadas para o Vestibular 2025

1. O rei da vela – Oswald de Andrade;

2. O seminarista – Bernardo Guimarães;

3. Niketche – Paulina Chiziane;

4. Torto arado – ltamar Vieira Junior;

5. Melhores poemas – Fernando Pessoa;

6. Chove sobre minha infância – Miguel Sanches Neto;

7. Cartas chilenas – Tomás Antônio Gonzaga;

Álbum Musical:

8. Cabeça Dinossauro – Titãs

(Atualizada)

(Com informações da Agência UEL)