Londrina
Os taxistas pretendem iniciar uma espécie de boicote ao serviço de mototáxi em Londrina. A categoria vai reivindicar o fim do fornecimento de números de telefones de mototaxistas pelo serviço de informações da Sercomtel S.A. A decisão foi tomada ontem, durante reunião com o deputado Joel Coimbra (sem partido), que teve a participação de cerca de 50 motoristas de táxi.
‘‘A Sercomtel não deve passar informações de mototáxi, já que essas empresas não são legalizadas, nem têm sede direito e os telefones estão no nome de pessoas físicas’’, argumenta o presidente do Sindicato dos Taxistas, Etmar Balbino da Silva. Os taxistas pretendem agendar a reunião com a Sercomtel para essa semana. A expectativa é reunir também representantes da Prefeitura e do comando local da Polícia Militar, exigindo maior fiscalização dos mototáxis. ‘‘Se não tiver jeito, vamos fazer uma manifestação’’, adianta Etmar.
Contrário à atuação dos mototaxistas, o deputado Coimbra encaminhou, em julho, uma representação ao Conselho Estadual de Trânsito pedindo um pronunciamento sobre o serviço, para acabar com as controvérsias. O parecer foi publicado no Diário Oficial. Nele, o Conselho definiu que cabe ao município decidir sobre o sistema de transporte coletivo local. Mas, no caso do mototáxi, a competência sai da esfera municipal porque é proibido o uso de motocicleta para transporte público de aluguel.
‘‘Portanto, o mototáxi é proibido. A lei tem que ser cumprida. A responsabilidade agora é da Polícia de Trânsito’’, diz o deputado. Coimbra espera que a Secretaria Estadual de Segurança tome providências. Ele considera ‘‘equivocada’’ a decisão de juízes que concederam liminares permitindo a atuação de empresas de mototáxi. Em Londrina, duas das empresas estão garantidas por liminares. Questionado sobre projeto de lei federal que pede a regularização do serviço, o deputado respondeu que, se aprovado, terá que ser respeitado porque a lei federal prevalece.
Durante a reunião com os taxistas, o deputado orientou a categoria a pressionar a Polícia e a Promotoria Pública para que tomem providências. Ele defende que o argumento de que o mototáxi está proporcionando empregos não é válido. Na opinião dele, os taxistas devem contra-atacar já que os mototaxistas ‘‘estão tirando o emprego de quem está trabalhando regularmente’’. Ele argumenta que não se cria um serviço para dar emprego, mas, no caso do transporte, para oferecer segurança.