O taxista Antônio Reverso, 58 anos, de Campo Mourão, passou cerca de 20 horas em poder de quatro assaltantes e levou três tiros ao ser libertado. Ele está internado no Hospital Interclínicas e passa bem. Dois tiros acertaram o joelho esquerdo e um braço esquerdo. O assalto começou por volta das 22 horas de sexta-feira e só terminou no sábado à noite. Os assaltantes levaram o Fiat Uno 96, vermelho, placa AFZ-1386 (Campo Mourão).
Reverso estava no ponto, na rodoviária de Campo Mourão, quando foi chamado para levar um passageiro até as proximidades de Araruna (19 km ao norte de Campo Mourão). O passageiro disse que estava indo para Mundo Novo (MS) com outras três pessoas quando o carro quebrou. Só quando o taxista parou para pegar os outros três supostos passageiros é que foi anunciado o assalto. Reverso foi colocado no porta-malas de um Monza, onde andou por mais de seis horas.
Segundo o taxista, os assaltantes eram três homens e uma mulher. Ele só foi retirado do porta-malas por volta das 5 horas, quando foi levado para o meio de uma plantação de cana-de-açúcar. Reverso ficou no local durante todo o dia vigiado por um homem armado. O assaltante também usava um telefone celular e ameaça matar o motorista caso o carro roubado não fosse vendido ainda naquele dia. Só por volta das 19 horas ele foi retirado do canavial.
Sexta vezO taxista voltou, então, para o Monza e foi solto no meio de uma rodovia próximo a Goioerê (72 km a oeste de Campo Mourão). Antes de ir embora, os assaltantes ainda deram os três tiros contra o motorista. Ele ficou caído na pista e foi socorrido por um viajante. Reverso foi internado num hospital de Goioerê e depois levado para Campo Mourão. Até ontem à tarde ele ainda não tinha prestado depoimento à polícia.
Reverso trabalhava apenas à noite. De dia, o carro ficava com o próprio dono, o taxista Jacy Pedro de Carvalho, 72 anos. Foi o sexto carro roubado de Carvalho desde que ele começou a trabalhar com táxi, há 40 anos. Foram cinco assaltos em Campo Mourão e um em Peabiru (12 km ao norte). Em quatro vezes ele mesmo estava dirigindo e acabou ferido em duas oportunidades. ‘‘Não tenho muita sorte’’, queixa-se Carvalho. O Uno roubado estava no seguro.