Nesta terça-feira (25), o secretário municipal de Saúde, Gilberto Martin, se reuniu com cerca de 60 representantes de instituições de ensino superior (IES) e cursos técnicos ligados à área. O objetivo foi debater a importância de se efetivar a integração do ensino-aprendizagem com a prática profissional dos estudantes de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Odontologia e Serviço Social, para promover melhores condições de inserção dos estudantes nos serviços de saúde. Isso porque o Ministério da Saúde fez uma alteração na Lei Federal, em que obriga os internos de Medicina a passarem 30% dos dois anos do internato atuando na rede pública de saúde. Já os médicos residentes precisarão trabalhar durante um ano de sua especialização no Sistema Único de Saúde (SUS).

Com a modificação na lei, a Secretaria de Saúde receberá, anualmente, 170 internos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) e outros 120 residentes, o que totalizará 290 estagiários a mais, todos os anos, no atendimento municipal. Atualmente, por ano, cerca de 6 mil alunos de diversas áreas da saúde passam por estágios semanais, mensais e semestrais na Autarquia de Saúde.

Segundo a médica e assessora da Secretaria Municipal de Saúde, Vânia Brum, essa medida faz com que seja necessário reorganizar as formas de supervisão e de atendimento aos estagiários, sejam eles internos ou residentes, para que seja possível melhorar o atendimento na rede e não haver prejuízos financeiros para a Autarquia de Saúde.

"Precisamos pactuar a parceria para organizar os serviços. A medida é boa para os alunos e para os profissionais, pois onde há estudantes, há debates, atualização e pesquisa, que ajudam os profissionais a se manterem atualizados. Além disso, para a Secretaria de Saúde é positivo, porque são mais profissionais atuando na rede e para os estagiários é a garantia, desde a formação, com a realidade que encontrará depois no mercado de trabalho", explicou.

Os estagiários passarão por toda a rede de serviços municipais, que inclui 54 Unidades Básicas de Saúde (UBS), duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Maternidade Municipal, Pronto Atendimento 24 horas, Pronto Atendimento Infantil (PAI) e Adulto, dois Pronto Atendimento 12 horas, Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Policlínica, Pronto Atendimento do Centro de Atenção Psicossocial (Caps III), Caps Infantil e Caps-AD (álcool e drogas), 10 equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), Centrolab, Centrofarma, Samu, Vigilância em Saúde, e serviço de Atenção Domiciliar.

Essa é a primeira vez que todas as diretorias e o secretário municipal de Saúde se reúnem com instituições de ensino para pactuarem os direitos, deveres e intenções de cada parte envolvida. Após o encontro, será elaborado o Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde. O Coapes deverá reunir as regras, contrapartidas e compromissos pactuados entre as universidades, escolas técnicas e os gestores municipais e estaduais do SUS. Na formalização, estarão informações sobre os locais que poderão receber mais estagiários, o oferecimento de preceptores para o acompanhamento dos mesmos e a contrapartida das instituições de ensino perante o município.

O acordo é uma garantia do compromisso firmado entre as partes, sendo que Londrina é uma das primeiras cidades do país a assinar esse contrato. Ele deverá ser encaminhado à Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA) e ao Ministério da Saúde (MS), que supervisionará as ações.

Estiveram presentes representantes dos cursos superiores da UEL, Unifil, Unopar, PUC e Pitágoras, além de profissionais dos cursos de ensino técnico-especializado das escolas técnicas da Santa Casa, Unifil, IFPR, Senac e do governo do Estado.