A primeira reunião para a implantação do método Wolbachia em Londrina foi realizada nesta quarta-feira (10), com a presença de representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e da secretaria municipal de Saúde.

Londrina é uma das seis cidades selecionadas no Brasil para a implantação do método para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, Zika e Chikungunya. As outras cinco cidades que também irão receber a metodologia são Foz do Iguaçu (Oeste), Presidente Prudente (SP), Natal (RN), Uberlândia (MG) e Joinville (SC).

Luciano Andrade Moreira é pesquisador da Fiocruz e coordenador nacional da WMP (World Mosquito Program) no Brasil, instituição responsável por gerenciar e implantar o método nas cidades escolhidas. “As evidências que temos coletado mostram uma eficácia bastante alta para redução de arboviroses, como é o caso da dengue, Zika e Chikungunya. Vai ser primordial essa parceria com o Município para que o método funcione de forma satisfatória e traga essa diminuição de casos”, comentou. Existe um planejamento a ser realizado até chegar à fase de “entregar” no ambiente os mosquitos com a Wolbachia.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, enfatizou a importância do trabalho em conjunto para que a operação surta efeito e alcance êxito. "Trazer novas tecnologias e essa aproximação com o Ministério da Saúde e com a Fiocruz, é muito bem-vinda. E nós esperamos os bons resultados, que já foram vistos em outras cidades onde o método foi utilizado."

'MOSQUITOS CONTAMINADOS'

O método visa soltar mosquitos que contenham o micro-organismo da Wolbachia, uma bactéria que já é presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas que não está presente no Aedes aegypti.

Os mosquitos portadores da Wolbachia são produzidos pela Fiocruz, e a intenção é que, através do seu cruzamento com mosquitos selvagens, aumente o número de mosquitos portadores da bactéria, que bloqueia arbovírus. Isso irá diminuir proporcionalmente a quantidade de mosquitos contaminados com o vírus da dengue, Zika e Chikungunya. A bactéria Wolbachia não pode ser transmitida para o ser humano e não causa qualquer impacto ao meio ambiente.

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É importante lembrar que este novo método em implantação na cidade de Londrina não exclui a importância de se manter as medidas permanentes de combate ao Aedes aegypti. Por isso, a população ainda precisa estar atenta a suas casas e seus quintais em relação a qualquer objeto que possa acumular água e se tornar um criadouro do mosquito.

De acordo com informações da prefeitura, Londrina foi selecionada pelo fato de ter implementado muitas melhorias no processo de trabalho do setor de endemias, com a utilização de novas tecnologias, informatização do trabalho dos Agentes Comunitários de Endemias e a criação de software. Também são fatores importantes o fato de a cidade já fazer o monitoramento com ovitrampas nas regiões com maior incidência do vetor, e a descentralização da notificação de casos de dengue para a Unidade Básica de Saúde, de forma que o tempo resposta entre o caso notificado e a ação de campo do agente seja menor, além do cumprimento de alguns requisitos como a temperatura média mensal e a estratificação de risco. Isso tudo trouxe uma segurança de que os resultados sejam positivos, devido à organização de todo o trabalho de campo que já existe.

(Com informações do N.Com)