A atual administração pode acabar sem que tenha sido aprovado o Plano Municipal de Arborização. O projeto de lei (nº 233/2010) está parado há dois anos na Câmara em virtude de desinteresse, brigas políticas e das sucessivas trocas de secretários na Secretaria Municipal do Ambiente (Sema).
Essa demora traz prejuízo para a cidade, que fica sem uma política pública para o setor. Segundo a Sema, há 130 mil árvores em canteiros e passeios públicos, mas o deficit atual é de 40 mil unidades. A falta de árvores reflete, por exemplo, no aumento da temperatura urbana.
O Plano de Arborização traz esse diagnóstico e prevê o acompanhamento das áreas verdes com planejamento, conservação, manejo, expansão e fiscalização. O documento conta com nove capítulos e foi elaborado por técnicos da Sema e membros da Câmara Técnica de Fauna e Flora do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma).
O documento padroniza os locais de arborização (com respeito à distância mínima de caixas de inspeção, boca de lobo, hidrante, dutos subterrâneos etc), garante a preservação da biodiversidade, com plantio de 70% de árvores nativas e 30% de exóticas, e especifica as espécies em três tipos: árvores de pequeno porte (entre 4 e 5 metros de altura devem ser plantadas em calçadas com largura de até 2,99m), de médio porte (até 10 metros de altura) e de grande porte (acima de 10 metros, que devem ser plantadas em calçadas com largura superior a 3 metros e também em canteiros de avenidas).
O plano determina o plantio de árvores ''que portem copas com bloqueio da irradiação solar acima de 60% e de alta capacidade de absorção de dióxido de carbono''.
O projeto deve ser discutido em novembro, com a realização de uma audiência pública. ''Tiveram que marcar para daqui dois meses por causa do pleito eleitoral'', lamentou o secretário do Ambiente, Gilmar Domingues. Da audiência devem sair outras propostas, que ainda precisam ser aprovadas pela Câmara Municipal. Só então o projeto pode ser sancionado pelo Executivo. (D.M.)