Pátio ferroviário será retirado do centro de Rolândia

Obra de transferência do pátio ferroviário, de responsabilidade do DNIT, custará cerca de R$ 2,8 milhões | Foto: Fotos: Gustavo Carneiro

Rolândia - Alvo de constantes reclamações da população, o pátio ferroviário de manobras, que fica no centro de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), será transposto para uma área localizada nos fundos do parque industrial Barra Grande, na entrada do município de quase 67 mil habitantes. A assinatura do convênio para a abertura de licitação para a mudança será realizada nesta terça-feira (21).

A obra é de responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) com verba federal, totalizando um investimento de R$ 2,8 milhões. "Com essa mudança, os trens irão manobrar longe do centro da cidade, não bloqueando mais as vias da região central, por onde passam muitas ambulâncias e veículos em geral", explica Luiz Francisconi Neto (PSDB), prefeito de Rolândia. "Não sabemos ainda o prazo total, mas a expectativa é que com a abertura da licitação demore cerca de seis meses", projeta.

De acordo com o chefe do executivo local, há cerca de dois meses foi realizada uma reunião entre município, DNIT e a empresa de transporte ferroviário para acertar os detalhes deste novo percurso para manobras. "Eles deram a opinião deles para que chegássemos até um projeto que atendesse a todos. Este recurso foi obtido graças a duas emendas parlamentares, que somados dão o valor total", disse.

João Antônio Gomes: "Tomara que essa mudança realmente aconteça, pois será positiva"

VELHO PROBLEMA
A reivindicação de uma solução para os transtornos ocasionados pelos longos períodos que os trens ficaram parados ou manobrando no centro da cidade é antiga. Há dez anos, a FOLHA publicou uma reportagem que mostrava o descontentamento dos munícipes com a situação. Na época já se discutia a mudança do pátio, que custaria R$ 1 milhão. Uma década depois, e com o crescimento do município, os problemas só pioraram.

"Em horários de pico, no começo manhã, tempo de almoço e início da noite, longas filas de veículos se formam nas ruas e avenidas que cruzam os trilhos. Muitas pessoas se desesperam ou ficam nervosas com a demora e costumam procurar outros lugares quando estão com muita pressa", relata Delfin Torres, que é vendedor de frutas e verduras na rua Barão do Rio Branco, uma das vias em que os trens atravessam.

"Longas filas de veículos se formam nas ruas e avenidas que cruzam os trilhos", relata Delfin Torres

SOLUÇÃO POSITIVA
Pelo menos nove endereços têm o trânsito interrompido pelos veículos ferroviários, que normalmente passam de quatro a cinco vezes por dia, demorando, em média, 30 minutos. Um dos locais é a avenida Miguel Liogi, trajeto para a PR-170 e PR-323, importantes rodovias que levam até os estados de São Paulo e Mato Grosso, além de cidades da região. Estudantes de uma universidade particular também sofrem com o tempo de espera para poder atravessar o cruzamento.

Para o comerciante Celso Yamada, a desfecho para o caso foi positivo. "Já falaram de fazer viadutos e nunca nenhum projeto saiu do papel. Do jeito que está hoje é prejudicial para quem mora aqui e cidades próximas. Outra questão é que faltam cancelas avisando que passa o trem", avalia. "A hora que tudo fica parado vira um 'inferno' a cidade", define Mirian Yamada, que junto com o esposo é proprietária de um posto de combustíveis à margem de um trecho dos trilhos.

Os pedestres e ciclistas que precisam utilizar os cruzamentos também sentem-se prejudicados e esperam que a melhoria seja rápida. Utilizando uma das vias para trabalhar, o reciclador João Antônio Gomes precisou mudar sua rotina para não se atrasar. "Atrapalha muito o trânsito e a vida dos rolandenses. Tenho que sair mais cedo de casa para não me comprometer no serviço, por exemplo. Tomara que essa mudança realmente aconteça, pois será positiva."