A fila de transplante de coração no Paraná atualmente é de 30 pessoas, sendo o quarto órgão com maior espera no Estado. São duas crianças entre um e cinco anos, uma entre seis e dez anos, três entre 11 e 17 anos, cinco entre 18 e 34 anos, seis entre 35 e 49 anos e 13 entre 50 e 64 anos. A principal demanda é para doação de rim (1.959), seguida de córneas (1.269), fígado (237), pâncreas (23) e pulmão (19).

“A espera é grande porque tem que haver compatibilidade entre o doador e o receptador. A Central de Regulação do Transplante é quem analisa a compatibilidade e encaminha. É um processo complexo. Os transplantes de rim, por exemplo, que muitas vezes são feitos entre pessoas vivas e não de uma pessoa morta, é mais comum”, pontua o médico Fahd Haddad, superintendente da Iscal (Irmandade Santa Casa).

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O transplante cardíaco de Augusto Borges Teixeira foi o 69º realizado pela instituição desde 1994, entre crianças e adultos. A Santa Casa e o Hospital Infantil são os únicos que realizam transplantes de coração em Londrina. “É necessária uma equipe grande, preparo, infraestrutura e investimento. Ficamos felizes, pois, é uma vida a mais que foi salva”, frisa. “O SUS (Sistema Único de Saúde) é o financiador desse sistema de transplante, sendo o segundo maior transplantador do mundo. Se não tivesse o SUS, as pessoas não teriam condições de pagar”, acrescenta.

Entre janeiro e setembro deste ano foram realizadas no Paraná 370 doações, número 5,4% maior em relação ao mesmo período de 2022. Os homens são os principais doadores (57%), em especial na faixa etária que vai de 50 a 64 anos. A taxa de recusa familiar é de 28%.

Hoje voltando a sorrir com tranquilidade após o gesto garantir a vida do filho, Cristiano Borges Teixeira incentiva a doação de órgãos. “É um momento de luto, dolorido, mas é algo necessário. O que pedimos é que Deus conforte o coração dos familiares, dando sabedoria para que digam sim à doação”, aconselha.

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